Empregados de Hospitais Universitários do RN paralisam atividades por dez dias

Os empregados públicos da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), lotados nos três hospitais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), vão parar suas atividades a partir da próxima terça-feira, 13, alegando descumprimento de acordos, sobrecarga de trabalho e deterioração dos atendimentos em saúde.

De acordo com o Sindicato Estadual dos Trabalhadores de Empresas Públicas de Serviços Hospitalares (Sindserh), a data base das negociações trabalhistas, 1 de março, já foi desrespeitada em oito meses, período em que outros compromissos foram descumpridos, motivando a paralisação.

“Será garantido pleno atendimento das urgências, emergências, UTIs e outros serviços essenciais, mas lamentavelmente haverá impacto em milhares de consultas e exames. No entanto, solicitamos a compreensão da população, pois a luta é também por melhores condições no SUS”, diz comunicado oficial do Sindserh.

Os empregados também denunciam a sobrecarga de trabalho e os cortes de recursos na saúde, tanto na estatal que administra os hospitais quanto na UFRN, detentora do Hospital Universitário Ana Bezerra (HUAB), no município de Santa Cruz, e da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) e do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), ambos na capital.

“A Ebserh sofreu graves cortes de recursos do Governo, comprometendo investimentos em pessoal e estrutura. Somos serviços de referência e o que resta de atendimento digno em saúde – não podemos aceitar que os hospitais federais trilhem o caminho de desvalorização e descaso alcançados por hospitais estaduais e unidades municipais de saúde”, alerta uma empregada.

Profissional da UTI pediátrica do Onofre Lopes que prefere não se identificar, essa empregada lembra que, em fevereiro, o próprio presidente da Ebserh, Kleber Morais, prometeu publicamente, “inclusive na imprensa”, que dobraria o número de leitos da UTI pediátrica do HUOL, ainda em 2017.

“Naquele mês, foram inaugurados cinco leitos, com a promessa da Ebserh convocar concursados para o complemento da equipe e o HUOL promover a ampliação física, terminando 2017 com dez leitos. O ano está acabando e nada foi feito, porque o corte de recursos atinge projetos já programados e até áreas dramáticas como a Pediatria, em que o déficit de UTIs é conhecido por toda a população potiguar”, relata a profissional.

Blog do BG

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