Reforma da Previdência pode amenizar dívida pública, aponta Tesouro

O Tesouro Nacional divulgou na última semana que a projeção do crescimento da dívida gerada pelo setor público pode atingir, até 2026, 80% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Para 2018, a estimativa é que a porcentagem atinja a marca de 74,8%. As informações foram publicadas no Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública.

A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, reforçou o discurso da necessidade de aprovação da reforma da Previdência, que tramita no Congresso e segue em discussão, mesmo durante o recesso parlamentar. Segundo Ana Paula, sem mudanças significativas no setor previdenciário, o Brasil não cumprirá a regra do teto de gastos.

“A reforma da Previdência é a primeira e mais importante reforma para impactar e beneficiar esse cenário de consolidação fiscal.”

O dado divulgado pelo Tesouro Nacional corrobora o rombo bilionário da Previdência, apresentado pelo Ministério da Fazenda. Segundo a pasta, somados, os gastos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e dos Regimes Próprios dos Servidores Públicos (RPPS) ultrapassaram o valor recorde de R$ 268 bilhões.

O secretário da Previdência do Ministério da Fazenda, Roberto Caetano, ressaltou a necessidade de mudanças no sistema de Previdência, diante do avanço dos números negativos.

“A gente observa números do déficit da Previdência, que vem crescendo em um ritmo muito acentuado e uma Previdência muito desigual. Então, é necessário fazer uma reforma da Previdência para quebrar privilégios, para dar tratamentos iguais e obter as economias por meio das pessoas de renda mais alta e preservar os benefícios das pessoas de renda mais baixa.”

A aprovação da reforma da Previdência é a prioridade número um do governo de Michel Temer em 2018. A ideia é aprovar o texto antes das eleições, em outubro. Após voltar da Suíça, onde participou do Fórum Econômico Mundial, Temer divulgou um vídeo na última quinta (25), no Twitter, em que afirma que empresários internacionais estariam com o intuito de investir no país. A condição é de que “muitos deles” pediram a aprovação da reforma da Previdência. Isso, segundo o presidente, “aumenta a credibilidade e a confiança” no Brasil.

Reportagem, Raphael Costa

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