Assembleia do RN amanhece cercada de grades em dia de abertura do ano legislativo

A Assembleia do Rio Grande do Norte amanheceu cercada de grades nesta terça-feira (6), dia de abertura do ano legislativo. Está marcada para 9h30 (horário local) o início da sessão que terá a leitura da mensagem anual do governador Robinson Faria.

A AL foi palco de protestos durante os dias de convocação extraordinária para votação do pacote do Governo que visava a recuperação financeira do estado. Servidores contrários às propostas tentaram proibir a entrada de deputados nos dias de sessões. A sessão do dia 30 de janeiro chegou a ser adiada por causa dos protestos. A convocação extraordinária começou em 11 de janeiro e terminou no último dia 31.

Dos 20 projetos encaminhados à AL, apenas oito foram aprovados. Agora, os projetos do governo que ainda não foram discutidos em plenário continuarão tramitando nas comissões e secretarias da Assembleia como qualquer outros projeto da Casa.

Com críticas de deputados da oposição e mesmo da base, o governo não conseguiu aprovar dentro do prazo de convocação projetos que alteravam benefícios dos servidores estaduais, bem como venda de ativos e extinção de órgãos e empresas estatais. Três PECs (Projeto de Emenda à Constituição) enviadas sequer chegaram a ser analisadas, porque esse tipo de projeto não pode ser discutido em convocação extraordinária.

Confira abaixo, as matérias aprovadas. Em seguida, veja as demais matérias que ainda não passaram pelo Legislativo.

Projetos aprovados

  • Revisão do Plano Plurianual 2016/2019, para prever empréstimo de R$ 698 milhões da Caixa Econômica Federal. Segundo o governo, essa foi uma exigência da instituição para liberar o recurso.
  • Elaboração do plano de carreira dos servidores e transformação da Fundac em Fundação de Atendimento Sócio-educativo (Fundase);
  • Autorização para novo saque do fundo previdenciário (Funfir). Ainda há cerca de R$ 300 milhões investidos. Mesmo com a aprovação, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) diz que o estado está proibido de fazer o saque.
  • Autorização para negociações e criação do Fundo Especial de Créditos da Dívida Ativa. O estado poderá negociar as dívidas. Os recursos deverão ser depositados no fundo criado.
  • Criação da previdência complementar. Os servidores que ingressarem no estado terão teto de aposentadoria igual ao INSS, atualmente em 5.645,81. Se tiver salário acima disso e quiser ganhar da mesma forma quando se aposentar, ele vai precisar pagar uma previdência complementar.
  • Reestruturação do Regime Próprio da Previdência e do Ipern;
  • Criação de abono (recurso extra para os servidores) de 12,43% sobre o 13º salário de 2017. Os servidores vão receber o abono parcelado em seis vezes.
  • Aumento das diárias operacionais dos servidores da área de segurança pública de R$ 50 para R$ 107,40 por seis horas de trabalho. O governo queria 8 horas.

Projeto retirado de pauta

  • O projeto que extinguia a concessão dos benefícios por tempo de serviço dos servidores, tais como quinquênio e anuênio.

Projetos que não foram a plenário

  • Venda de imóveis, como Centro de Convenções, Centro de Turismo e Ceasa;
  • Venda da participação do RN na Potigás;
  • Extinção de órgãos estaduais e fusão de pastas do Poder Executivo;
  • Extinção da Emprotur e da Emgern;
  • Refis (desconto de dívidas) para devedores da Engern, que acumula ativos do BDRN e Bandern;
  • Aumento da contribuição previdenciária dos servidores de 11% para 14%;
  • Compensação no duodécimo do déficit previdenciário de cada poder;
  • Desconto no duodécimo de salários de servidores cedidos pelo Executivo.

Projetos de Emenda à Constituição

  • Teto de gastos públicos pelos próximos 20 anos, seguindo apenas crescimento da inflação.
  • Proíbe incorporação de vantagens na aposentadoria dos servidores.
  • Veta concessão aumentos para servidores com aplicação apenas nas gestões seguintes.

Escreva sua opinião

O seu endereço de e-mail não será publicado.