Governo adiou exigência do comprovante de vacinação para proteger brasileiros no exterior, diz secretário do Ministério da Saúde
O secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, afirmou nesta sexta-feira, 10, que o governo decidiu postergar a exigência de comprovante de vacinação para viajantes que chegam ao Brasil “para proteger o brasileiro que está no exterior” e pode não ter o documento na volta ao País. A portaria que exigia o certificado ou, em caso de não imunizados, o cumprimento de uma quarentena de cinco dias, entraria em vigor neste sábado, 11, mas foi suspensa após o site da pasta sofrer um ataque hacker.
“Eventualmente, um brasileiro está no exterior (e) não teria como emitir esse certificado, caso não tenha baixado o PDF ou caso não tenha levado o cartão. Por prudência, entendeu-se interessante postergar por sete dias”, disse Cruz. “Estão restritos os voos daqueles países onde foram identificados originalmente a variante Ômicron. A gente tem um cenário um pouco mais confortável de vacinação no Brasil. No entendimento do governo, essa uma semana não vai gerar uma alteração muito significativa no quadro epidemiológico.”
De acordo com o secretário-executivo, o governo decidiu padronizar as regras e não aplicá-las somente a estrangeiros por uma questão de “isonomia”. Rodrigo Cruz afirmou que pedir o comprovante somente de estrangeiros poderia “gerar diversas exceções”.
“Algum estrangeiro residente no Brasil que se imunizou aqui não consegue acesso a esses dados. A gente ia começar a criar várias estratificações”, disse ele.
O governo decidiu adiar em uma semana a entrada em vigor das medidas de restrição para viajantes que chegam ao Brasil, segundo o secretário, pois a base de dados do Ministério é “grande”. A pasta ainda trabalha para restabelecê-la de forma integral. “Colocamos sete dias em prol da segurança, sendo um pouco conservador”, afirmou.
Cruz relatou ainda que o Ministério da Saúde trabalha com o DataSUS desde o começo da madrugada para restabelecer os sistemas e já obteve sucesso com a maior parte deles.
“Na madrugada, não só o da vacinação, mas diversos outros sistemas ficaram instáveis. O sistema que regula as filas, por exemplo, que marca cirurgias também tinha ficado fora do ar. O sistema de transplante tinha ficado fora do ar”, declarou. “Isso foi prontamente restabelecido. O que a gente ainda não conseguiu restabelecer foi o sistema e as informações que tratam do registro da vacinação.”
Segundo o secretário-executivo, a base de dados com os registros da vacinação é “muito extensa”, “complexa” e “não é simples”. Rodrigo Cruz afirmou que as investigações estão em curso e que é muito cedo para “afirmar categoricamente” se houve perda de dados.
“Tanto o Ministério quanto a empresa contratada que hospeda esses dados têm uma política de backup. Esses backups são realizados. Mas importa dizer que ao importar esses backups, eventualmente, algum dado pode se corromper nesse processo de importação”, disse. “Importante destacar que a gente tem, sim, uma política de backup. Não só o ministério, mas também a empresa tem, sim, uma política de backup.”
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