Superlotada, UPA de Parnamirim passa a atender só pacientes muito graves
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Nova Esperança, a única de Parnamirim, na Grande Natal, passou nesta quarta-feira (22) a atender apenas pacientes em estado muito grave, ou seja, casos de “máxima urgência”, classificados pela triagem nas cores “laranja” e “vermelha”. A informação foi confirmada pela Prefeitura de Parnamirim, que não apontou prazo para volta à normalidade.
Por causa da superlotação e da impossibilidade de a UPA receber todos os que chegam à procura de atendimento, pacientes com quadros mais simples devem procurar unidades básicas de saúde ou outros serviços de emergência.
Com capacidade para internar 28 pacientes no máximo, a UPA de Parnamirim tem, nesta quarta-feira, 37 pacientes recebendo cuidados, com mais 3 aguardando a liberação de algum leito. Na terça (21), a unidade chegou a ter 43 pacientes sendo atendidos simultaneamente, 53% acima da capacidade total.
Em nota, a Prefeitura de Parnamirim enfatizou que os pacientes têm doenças diversas – apenas um caso é confirmado de Covid-19 e há outros três suspeitos.
Segundo o diretor-geral da UPA, Henrique Costa, o problema da superlotação se agravou nas últimas duas semanas porque hospitais da rede estadual começaram a rejeitar a transferência dos pacientes que entram pelas UPAs. O quadro já havia sido antecipado por secretários municipais de saúde quando o Governo do Estado anunciou que regularia a porta de atendimento de hospitais como o Walfredo Gurgel – que recebe apenas pacientes transferidos de outras unidades.
“A estrutura não comporta essa quantidade de pessoas. Todas as pessoas que estão internadas aqui estão também no sistema regulatório, mas não estamos tendo vazão para transferir esses pacientes. Os hospitais que são de referência não estão recebendo. O paciente fica aqui sobrecarregando o serviço. Em alguns momentos, temos que restringir”, afirmou Henrique, em entrevista à TV Tropical.
De acordo com o diretor da UPA, há 15 dias a Secretaria Municipal de Saúde de Parnamirim pediu ao Governo do Estado que minimize o problema. “Mas, infelizmente, o sistema regulatório não transfere ninguém”, enfatiza. “Entra 5 e sai 1. A conta não bate. É muito sofrimento para todos nós, pacientes os profissionais”, destaca o diretor.
Consultórios são improvisados
Henrique Costa ressaltou que, por causa da superlotação, três dos quatro consultórios médicos foram transformados em leitos de internação. Em apenas um, o médico está atendendo. Nos outros consultórios, há pacientes internados.
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