Morte de Paulo Roberto expõe operação Lava Jato à eleição, fato que Lula e o PT desejam esquecer
A morte do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa neste sábado (13), aos 68 anos, no Rio em consequência de um câncer de pâncreas era tudo que campanha de Lula não precisava para começar oficialmente nesta terça-feira (16).
Paulo Roberto Costa foi o primeiro delator da Operação Lava Jato condenado e cumpriu parte da pena em regime domiciliar e parte em regime semiaberto. Ele estava tentando progressão do regime, mas não havia conseguido. Desde então não tinha nenhuma atividade.
Paulo Roberto entrou na Petrobras por concurso em 1977 e 20 anos depois virou diretor da Gaspetro, ainda no Governo Fernando Henrique até que no Governo Lula, por indicação do deputado José Janene (PP-RS) virou diretor de abastecimento.
Ninguém prestava atenção nele até que as atividades da Petrobras começaram a chamar a atenção quando o então Severino Cavalcanti (PP-PE) revelou que “o presidente (Lula) lhe ofereceu aquela diretoria que fura poço e acha petróleo”. Segundo Cavalcanti, ele disse a Lula “Essa que eu quero.”

Nesse época, a ministra de Minas e Energia, era Dilma Rousseff, e Severino comemorou pode colocar um afilhado na diretoria de Exploração e Produção da Petrobras.
Paulo Roberto era aquele sujeito boa praça, atendia todo mundo e, em determinado momento, a indicação de Janene virou um espécie de “consórcio” pois mais uma dezena de deputados se diziam indicador de sua presença da Diretoria de Abastecimento.
Quando o Governo Lula anunciou a construção do Comperj (RJ) e da Refinaria Abreu e Lima (PE) Paulo Roberto virou uma espécie de unanimidade congressual e todo mundo queria ter algum tipo de relacionamento com ele.
Quando vinha ao Recife gostava de ir a restaurantes da cidade sempre acompanhando de deputados da bancada pernambucana e virou apreciador do Bolo de Rolo da Casa dos Frios e da Cartola do Restaurante Leite.
Quando em 2008, o então presidente Lula da Silva esteve em Ipojuca ao lado do chefe de Estado da Venezuela, Hugo Chávez nas obras da refinaria Abreu e Lima, discutindo um acordo da Petrobras com a Petróleos de Venezuela S/A (PDVSA) o anfitrião do encontro foi Paulo Roberto.
Também foi Paulo Roberto que cumpriu a diretiva do Governo Lula de “fatiar” a construção da Refinaria com empresas nacionais o que acabou no desastre do processo de corrupção que fez a Rnest ser um exemplo a “não ser seguido” como disse a então presidente da Petrobras Graça Foste num desabafo no Conselho de Administração.
De fato o nível de corrupção perpetrado por Paulo Roberto chegou a um nível tão elevado que quando em novembro de 2016 ele fechou o seu acordo de cooperação O Ministério Público Federal incluiu o FBI (Polícia Federal americana) e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, nas tratativas na Promotoria de Justiça americana para o fornecimento de documentos e outros materiais.
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