Preocupante: PT tenta censurar jornal afiliado da Rede Globo; Revista também é vítima
O PT ampliou as investidas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a Gazeta do Povo. Na terça-feira 11, o partido de Lula entrou com uma ação para censurar a reportagem Relacionamento entre Lula e ditador da Nicarágua está bem documentado. Trata-se da segunda notícia do jornal que a sigla tenta derrubar.
Além de tirar o texto do ar, o PT quer impedir a Gazeta do Povo de publicar novas informações sobre Lula e o ditador da Nicarágua, Daniel Ortega. o pedido do PT será analisado pelo ministro Paulo de Tarso Sanseverino.
Na ação, o PT argumentou que Lula não apoia a ditadura da Nicarágua. “Fatos sabidamente inverídicos”, afirmaram os advogados de Lula.
“As publicações dessa natureza são compartilhadas e espalhadas em velocidade exponencial, de modo a aumentar significativamente o alcance das desinformações aos eleitores e às eleitoras, ampliando, desta forma, o impacto negativo das publicações objeto desta representação”, sustentou o PT, no documento.
A equipe jurídica do jornal informou que o segundo pedido de censura “é muito mais amplo”, pois pretende-se “impedir publicações sobre o tema”. Por isso, foi protocolada no TSE uma defesa preliminar, com o objetivo de que a defesa seja ouvida antes da decisão sobre a censura.
Também são alvo do pedido de censura outros perfis em redes sociais que repercutiram o caso. Além da Gazeta do Povo, a coligação de Lula pede a remoção de conteúdos publicados por 12 páginas:
- Rodrigo Constantino;
- Deputada federal Carla Zambelli (PL);
- Deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL);
- Filipe Martins, assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República;
- Adolfo Sachsida, ministro de Minas e Energia;
- A empresa Azcomm de Comunicação;
- Barbara Zambaldi Destefani;
- Alan Ghani;
- Alan Nader Ackel Ghani;
- Perfil Stark;
- Rafael Fontana;
- Sérgio Vitória.
PT tenta censurar a Revista Oeste
Na sexta-feira 7, entrou com uma representação no TSE para censurar a Revista Oeste.
Os petistas solicitaram que o Twitter “cumpra” o “termo de cooperação” firmado com a Corte Eleitoral para impedir a divulgação de “mentiras” nas eleições deste ano. O partido informa ter identificado uma rede de 34 perfis, incluindo figuras públicas, jornalistas e veículos de comunicação.
“É possível perceber uma unicidade quanto aos temas e quanto aos usuários que publicam reiteradamente fake news, criando uma verdadeira guerra cultural que polariza o cenário eleitoral entre o alegado bem contra o mal”, justificou a campanha de Lula. Não foram apresentadas provas.
“Oeste nunca foi alvo de decisão do TSE sobre fake news”, argumenta Alexandre Fidalgo, advogado da revista, ao afirmar que os representantes da campanha de Lula cometeram um equívoco. “Uma empresa jornalística devidamente registrada e séria não pode ser acusada da prática da chamada fake news.”
O advogado destaca que, ao adotar tal postura, os petistas assumem estar cerceando a liberdade de imprensa. “Na verdade, o que lamentavelmente se assiste nas eleições de 2022 é a volta retumbante da censura”, observou Fidalgo. “No momento eleitoral, em que deveria ser mais valorizado o princípio fundamental da liberdade de imprensa, a atividade jornalística está sendo tolhida de todas as formas. A crítica e a revelação de fatos compõem o mister jornalístico e, ainda que desagradem a alguém, constituem direito fundamental em qualquer Estado Democrático de Direito.”
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