Volkswagen Gol sai de linha e será substituído pelo Polo Track a partir de 2023
Foram 42 anos de jornada e um bom tempo como o mais vendido do Brasil. Mas, nesta sexta-feira 23, o Volkswagen Gol encerra uma trajetória de sucesso no país. As últimas unidades do modelo foram fabricadas nesta semana na unidade da fabricante em Taubaté, no interior de São Paulo. O substituto será o Polo Track, que tomará o espaço da linha de montagem do campeão de vendas e, segundo a Volkswagen, custará R$ 79.990.
De acordo com a revista Quatro Rodas, durante o recesso da fábrica da Volkswagen, haverá uma adequação da linha de montagem para produzir apenas o substituto do Gol. A revista afirma que essas adaptações serão feitas e no dia 9 de janeiro, de forma gradativa, haverá a retomada da produção, já com o Polo dominando o processo fabril antes ocupado pelo hatch mais antigo.
Lançado em 1980, o Volkswagen Gol tem longa história no mercado nacional. Para marcar a despedida, ganhou uma versão chamada Last Edition – última edição, em português – da mesma maneira que a Kombi, quando saiu de linha em 2013. Movida pelo motor 1.0 de 84 cv e 10,3 kgfm de torque, o diferencial está mesmo no visual. No exterior, pintura vermelha, faróis com máscaras negras, grade sem cromados, molduras dos para-lamas, maçanetas e capas dos retrovisores em preto.
Rodas de liga leve e uma faixa lateral na parte inferior das portas incrementam. Na traseira, uma faixa preta ligando os faróis, uma referência direta às versões esportivas ainda da primeira geração – de carroceria com formato quadrado – como a GT, GTS e GTI. Na coluna traseira, um adesivo com formato da clássica roda orbital, tanto adorada pelos fãs da marca. No interior, bancos, volantes e tapetes com costuras em vermelho. O modelo é equipado com itens como ar-condicionado e computador de bordo. Em termos de conectividade, traz central multimídia e volante com controles dos comandos da central e do computador de bordo. Foram feitas mil unidades numeradas e 999 vendidas. A última ficou com a própria fabricante.
HISTÓRIA
Lançado em 1980, o modelo tinha a tarefa complicada de substituir o Fusca, modelo mais popular da marca. O hatch nasceu com carroceria em formato quadrado, clara inspiração nos Volkswagen Polo e Scirocco, vendidos fora do país, e com o motor boxer, refrigerado a ar. Aos poucos, ganhou atualizações no conjunto de propulsor e câmbio, além do visual.
Com o clássico motor AP (Alta Performance), construiu uma carreira sólida. As versões esportivas ajudaram nesta tarefa. GT e GTS traziam visual mais caprichado. Mas foi com a versão GTI e motor 2.0 com injeção eletrônica que ele se eternizou. Tanto que a sigla ainda foi usada na segunda geração – chamada popularmente de “bolinha” – lançada em 1994 e na terceira – apenas um facelift da segunda – que chegou ao mercado em 1999 como linha 2000. Além da performance, a GTI também oferecia acabamento diferenciado, com os famosos e mais envolventes bancos Recaro.
Na terceira geração o modelo usou motor 1.0 16v e depois passou a oferecer este bloco em versão com turbo, que não fez tanto sucesso. Em 2008, ganhou uma geração totalmente nova, baseada na plataforma PQ24, do Polo da época. Com maior refinamento, durou até o fim da vida do hatch, passando por reestilizações e também ganhando equipamentos mais sofisticados, como central multimídia e opção de transmissão automática.
Para os mais fanáticos, vale recordar: no decorrer destes 42 anos, usou motor boxer semelhante ao do Fusca; 1.0 CHT, derivado de motores da Ford – época da Autolatina, em que as marcas dividiram tecnologias; os blocos AP 1.6, 1.8 e 2.0 além dos motores EA111 1.6 8v e EA211, 1.6 16v. Construiu fama de carro robusto, barato de manter e manteve a tradição ao longo dos anos não só pelas vendas como zero km, mas também pela aceitação no mercado de usados. Despede-se deixando um verdadeiro legado para a marca no Brasil
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