CPI das Bets rejeita relatório e encerra trabalhos sem pedir indiciamento de Virginia, Deolane e outros 14

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets foi encerrada nesta quinta-feira (13) após a rejeição do relatório final que previa o indiciamento de influenciadores digitais e empresários envolvidos na promoção de casas de apostas no Brasil. O documento, elaborado pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), não obteve votos suficientes para ser aprovado, encerrando os trabalhos da comissão sem uma conclusão oficial.

O parecer rejeitado incluía o pedido de indiciamento de três influenciadores, entre eles Virginia Fonseca e Deolane Bezerra, que juntas acumulam quase 75 milhões de seguidores nas redes sociais. Segundo a relatora, os nomes foram incluídos por suposto envolvimento na divulgação de empresas suspeitas de atuar de forma irregular no mercado de apostas. A votação foi apertada, com quatro votos contrários e três a favor, em uma sessão marcada pela baixa presença de parlamentares.

Com a reprovação do relatório, a CPI termina sem a formalização de recomendações ao Ministério Público, à Polícia Federal ou a outros órgãos responsáveis pela investigação e responsabilização de possíveis crimes. A decisão frustra parte dos membros da comissão que esperavam um posicionamento mais firme diante do crescimento desenfreado do setor de apostas esportivas no país e das denúncias que surgiram durante os sete meses de apuração.

Mesmo com o resultado negativo, a senadora Soraya Thronicke afirmou que tomará providências individuais. Ela garantiu que encaminhará as conclusões do relatório, ainda que não aprovadas pelo colegiado, aos órgãos competentes, como o Ministério Público, a Polícia Federal e o Ministério da Fazenda. Para a relatora, a omissão diante das irregularidades identificadas seria inaceitável.

A CPI das Bets foi criada em meio à expansão das casas de apostas no Brasil e às preocupações sobre práticas ilegais, como lavagem de dinheiro, fraudes e aliciamento de influenciadores para promover jogos de azar sem regulamentação. Com o fim dos trabalhos sem um relatório final, o futuro das investigações agora dependerá das ações dos órgãos oficiais para os quais a relatora promete encaminhar as denúncias.

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