Nos bastidores do poder: Ex-secretário de saúde da cidade de Equador Joady, e o vereador Pedro Neto, articulam nova chapa para tomar a Prefeitura
Há histórias que se repetem tanto que já não surpreendem — apenas confirmam aquilo que o povo, no fundo, já sabe. Em Equador, a política voltou a se dobrar diante de um velho conhecido: a ambição travestida de discurso público. O rompimento do ex-secretário de Saúde, Joady, com o prefeito Cletson Rivaldo, ganha contornos de algo que vai muito além de um simples desacordo administrativo. É peça de um jogo antigo, ensaiado, em que os interesses pessoais vão contra os interesses do povo.
Desta vez, o enredo se desenrola com uma novidade que nem é tão nova assim: Ao que tudo indica, o ex-secretário Joady se alia ao presidente da Câmara, Pedro Miguel de Medeiros Neto, e ao grupo político liderado por Damião de Têca. Nos bastidores, já se costura a formação de uma nova chapa — com olhos voltados para as eleições de 2024 e a esperança de tomar a Prefeitura de Equador. Não se trata de ideologia, nem de crise técnica, tampouco de divergência sobre os rumos da saúde pública.
A decisão de romper — e articular nova frente — não surgiu do dia para a noite. Há semanas o assunto vinha sendo sussurrado por corredores e esquinas. Agora, a movimentação ganha forma concreta, revelando o que de fato estava por trás da saída de Joady da gestão: um passo estratégico rumo às urnas.
O mais curioso — e talvez o mais preocupante — é que esse roteiro não é inédito. Quem conhece a história política recente de Equador lembrará que, durante a gestão da ex-prefeita Noeide, o mesmo Joady rompeu com o grupo ao não ver seu nome cogitado como sucessor. O padrão se repete com uma precisão desconcertante: quando a promessa de poder não se concretiza, rompe-se. Muda-se de lado. Reescreve-se a narrativa como se fosse legítimo abandonar o barco quando ele ainda está navegando.
Não se pode ignorar que Joady não era apenas mais um secretário. Era, segundo apurações, um amigo próximo do prefeito, alguém que teve liberdade, confiança e espaço. Sua decisão, por isso, não soa apenas como ruptura política, mas como escolha pessoal que reverbera em toda a cidade. Quando o poder se torna o verdadeiro norte, a fidelidade se torna descartável.
Resta ao povo, mais uma vez, a missão de separar quem permanece por compromisso e quem só permanece quando vislumbra aplausos e protagonismo. Porque a história, em Equador, não precisa se repetir como tragédia — mas para isso, é preciso lembrar bem de quem usa o poder para o bem próprio e de quem usa o poder em benefício do povo.
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