Alexei Navalny, opositor n° 1 de Putin, morre em colônia penal aos 47 anos; Político já tinha denunciado o Presidente por fraude eleitoral

O advogado e ativista Alexei Navalny, principal opositor do presidente da Rússia, Vladimir Putin, morreu aos 47 anos em uma penitenciária no país.

O falecimento de Navalny foi confirmado em um comunicado divulgado pelo serviço penitenciário federal da Rússia.

“Navalny passou mal depois de uma caminhada, perdendo quase imediatamente a consciência. A equipe médica chegou de forma imediata e uma ambulância foi chamada. Foram realizadas medidas de reanimação que não tiveram resultados positivos. Os paramédicos confirmaram a morte do condenado. As causas da morte estão sendo estabelecidas”, diz a nota.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirma que Putin foi informado da morte do opositor, mas que não sabe a causa de seu falecimento. Já a emissora estatal Russia Today divulgou que o óbito teria sido provocado por uma “trombose”.

Navalny estava detido em uma remota colônia penal em Kharp, conhecida como “Lobo Polar”, localizada no Círculo Polar Ártico. Ele havia sido condenado a 19 anos de detenção por “extremismo”.

O opositor, que apareceu magro e com a cabeça raspada em um vídeo divulgado em janeiro, cumpria pena em um regime normalmente reservado a condenados à prisão perpétua ou detentos perigosos. 

O político foi peça chave nos protestos de 2011 e 2012 na Rússia, que denunciaram fraude eleitoral e corrupção no governo comandado por Putin. O auge de sua trajetória no mundo da política foi em 2013, quando obteve 27% dos votos em uma eleição para prefeito de Moscou.

Considerado uma grande pedra no sapato para o Kremlin, Navalny foi responsável por identificar um suposto palácio construído no Mar Negro para uso pessoal do mandatário russo, bem como mansões e iates utilizadas pelo ex-premiê e ex-presidente Dmitri Medvedev.

Em 2020, Navalny chegou a ficar em coma ao ter sido envenenado com novichok e recebeu tratamento na Alemanha. O político voltou ao seu país natal no ano seguinte, onde foi detido e condenado a várias penas de prisão que totalizariam mais de três décadas atrás das grades.

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