Após mobilização de artistas, deputado brigão do PSOL, Glauber Braga, se livra de cassação, mas fica 6 meses suspenso

A Câmara dos Deputados decidiu suspender nesta quarta-feira, 10, o mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL) por seis meses. Ele estava sendo alvo de um processo que pedia a cassação do seu mandato. Foram 318 votos a favor, 141 votos contrários e três abstenções. 

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar havia aprovado uma proposta de cassação de Braga após ele ocupar a cadeira do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos) na última terça-feira, 9, durante duas horas após o parlamentar pautar o PL da Dosimetria. Entretanto, os deputados do plenário decidiram pela punição menor. 

A articulação foi construída em plenário durante a tarde por aliados do deputado. A mudança foi considerada uma grande vitória psolista, tendo em vista que até deputados de partidos de esquerda já davam como certa a perda do mandato. 

A articulação veio após deputados favoráveis a Glauber propor um emenda que pudesse alterar a punição de perda de mandato com integrantes do Centrão, o que foi defendido pelo grupo. 

“Não concordo com a perda de mandato. Sabemos que existe uma rivalidade, mas o parlamento é plural. Ele não é meu amigo e não quero a amizade dele, mas muitos vem aqui para xingar deputado para se candidatar a deputado depois, muitas vezes provocando”, disse o deputado Fausto Pinato (PP-SP) 

Parlamentares da direita disseram que a Secretaria de Relações Institucionais entrou na articulação pela manutenção do mandato de Glauber em prol de uma celeridade na liberação de emendas. A afirmação, entretanto, foi negada por governistas. 

O secretário André Ceciliano (PT) afirmou que ligou para parlamentares de “diversos partidos”, mas negou que tinha oferecido emenda em troca de voto. 

A votação também chacoalhou partidos de oposição, que se dividiram sobre a pauta. O vice-líder do PL, Bibo Nunes, chegou a orientar que a sigla votasse pela punição menor, após defender que eles não teriam votos para garantir a cassação e foi destituído do cargo pelo líder do partido, Sóstenes Cavalcante.

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