Após prisão, Damares Alves (Republicanos) solicita expulsão de Abraão Lincoln (Republicanos)

Em consequência das “graves acusações” apresentadas durante audiência CPMI do INSS, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) pediu a expulsão do presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA), Abraão Lincoln, do Republicanos, partido pelo qual intenciona disputar uma cadeira de deputado federal nas eleições de 2026.

O documento, endereçado ao secretário-geral Demóstenes Félix, foi encaminhado logo após a oitiva de Abraão Lincoln na CPMI) do INSS, de onde saiu preso por falso testemunho, na noite da segunda-feira (3) e solto após pagar fiança na madrugada do dia seguinte.

No texto, Damares afirma que o pedido é necessário diante das “graves acusações apresentadas contra ele durante a sessão da CPMI”, que investiga o maior esquema de fraudes em aposentadorias e pensões já identificado no país.

A parlamentar ressalta que as denúncias afetam “a imagem e os valores éticos do partido” e defende uma ação rápida para preservar “a credibilidade e o compromisso público que norteiam a atuação dos Republicanos”.

O documento reforça que a atuação partidária deve ser guiada por princípios de ética e transparência, expressando ainda a confiança da senadora em uma resposta célere da direção da legenda.

A CBPA é uma das entidades citadas na Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que investiga repasses irregulares e descontos indevidos em benefícios do INSS. Durante a sessão da CPMI, Abraão Lincoln foi questionado por parlamentares sobre movimentações financeiras e possíveis desvios de recursos de associações de pescadores por meio de contratos fictícios.

Levantamento

Em sua intervenção na oitiva de Abraão Lincoln, a senadora Damares Alves disse que somente em em julho de 2023, ele adicionou 187.547 descontos associativos: “Considerando que o mês tem 22 dias úteis, oito horas de jornada de trabalho diária, a CBPA teria adicionado 8.524,86 descontos associativos por dia útil. Isso quer dizer 17,76 descontos por minuto”.

Damares Alves disse, ainda, que a CBPA não tem registro de funcionário, “mas, se ela tivesse cem funcionários trabalhando oito horas ininterruptas, não conseguiria fazer tantas associações num único dia; o que mostra que eles, com certeza, contrataram empresas de telemarketing para captar esses associativos”.

Segundo a senadora, a CPMI está dando um exemplo para o Brasil, defendendo que ao final dos trabalhos, apresente uma proposta legislativa para punir quando o crime for cometido contra pessoas mortas.

Nota

Abraão Lincoln declarou em nota que sua prisão foi uma foi “injusta desnecessária” e que a decisão do presidente da CPMI, senador Carlos Viana determinando a detenção em flagrante, foi recebida com “indignação e perplexidade”.

O presidente da CBPA afirmou ainda que, em sua perspectiva, se comportou “colaborativamente dentro de suas garantias constitucionais” durante o depoimento prestado à comissão.

A assessoria de Abraão Lincoln informou que ele foi “liberado imediatamente”, o que, segundo o comunicado, demonstraria o reconhecimento de que não houve qualquer prática ilícita”.

Com informações de Tribuna do Norte

Escreva sua opinião

O seu endereço de e-mail não será publicado.