Em parte, governo recua em IOF mais alto, mas mantém para a população; CEO do Bradesco lista erros e escreve a Haddad

A equipe econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (22) um aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) sobre operações de crédito – principalmente para empresas, em transações cambiais como compra de dólar em espécie e investimento em fundos no exterior.
Mas… algumas horas depois, no mesmo dia, o governo revogou o IOF mais alto para aplicações em fundos nacionais fora do Brasil. Ou seja, retomou a alíquota zero para esse caso.
E parou por aí. Na prática, ficou mantido o IOF mais alto para compra de dólar em espécie para pessoas físicas, assim como para as remessas de dinheiro para contas no exterior. Nesses dois casos, o imposto passou de 1,1% para 3,5%. Somente o IOF incidente em operações para investimentos de pessoas físicas não foi elevado.
Questionado sobre isso nesta sexta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que não considera “que é uma medida voltada para grande massa” da população.
“Estamos praticando IOF menor do que o governo anterior. Havia brechas de escapar, essas brechas foram fechadas. Não vai permitir a sonegação”, declarou.
O discurso de quinta-feira
No anúncio inicial, na quinta, a equipe econômica foi incisiva ao defender o aumento do IOF para fundos de investimentos de brasileiros no exterior.
“Temos uma situação hoje que nos parece inadequada de incentivo de investimento no exterior, transferência de fundos brasileiros para investimentos no exterior. O IOF está zerado hoje, o que não nos parece adequado. Estamos fixando uma alíquota de 3,5%, apenas na saída. No retorno desse valor, a alíquota é a menor, de 0,38%, que é a regra geral que deixamos aqui”, disse Robinson Barreirinhas, secretário da Receita Federal.
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