Google Play aprova aplicativos de apostas brasileiros: a App Store fará o mesmo?
Quando alguém entra numa discussão sobre qual sistema operacional é melhor (iOS ou Android), várias questões entram em jogo. Dentre elas, está uma maior flexibilidade do Android, que não por acaso, acaba sendo escolhido por muitas pessoas. Mas e quando a discussão são os apps de apostas? Como cada um se comporta?
Bom, enquanto a Google Play já liberou o download dos apps das plataformas brasileiras, a Apple ainda não deu muitos sinais. O que está acontecendo? Essa é uma questão mais profunda do que pode parecer à primeira vista.
A trajetória de aprovação da Google Play
Não há muito mistério na trajetória até a aprovação do Google Play. Você pode ver as medidas do Google quase como uma extensão das medidas que o próprio governo brasileiro tomou. O mercado de apostas passou a ser mais regulado, e os operadores agora precisam de licença para funcionar. Hoje não é difícil encontrar, por exemplo, uma plataforma de R$ 1 ou R$ 5 disponível no Google Play, que permite depósitos baixos e apostas legais. Outros tipos de operadores também oferecem aplicativos, e o mercado autorizado vem crescendo.
Antes disso, o controle sobre o setor não era tão eficaz, o que levou o Google a proibir aplicativos de apostas em sua loja.Foi somente em 2025, já depois que o cenário começou a ficar mais controlado, que após muita pressão, a Google voltou a disponibilizar sua loja para os aplicativos de bets.
As regras e o espelhamento das exigências do Brasil
A Google jogou limpo e com o básico: ao liberar os apps de apostas, usou a própria regulamentação brasileira como base. Assim, para serem autorizados, esses aplicativos precisam de:
- Estar disponíveis gratuitamente.
- Aplicar medidas de georestrição – uso apenas no Brasil.
- Pertencer a casas de apostas autorizadas pela Secretaria de Prêmios e Apostas, órgão do Ministério da Fazenda.
- Seguir diretrizes de jogo responsável e restrições de publicidade.
Em resumo, tudo o que o Ministério da Fazenda requer para que uma casa de apostas opere atualmente, também está nos termos da Google Play mais atualizados.
E a Apple? Está perdendo tempo?
A Apple não age de maneira muito diferente da Google Play. Ela só autoriza aplicativos de casas de apostas regulamentadas, portanto, somente jurisdições que têm um aspecto regulatório bem firme têm os apps da empresa. Assim, se este já é o caso do Brasil, por que ela ainda não liberou os apps?
Bom, essa não é só a pergunta dos apostadores, mas também o grande desejo das casas de apostas e até do governo brasileiro. Com apps liberados, isso ajudará muito no fortalecimento do mercado regulado, afastando players ilegais. Mas o que falta para isso acontecer?
Aspectos técnicos e compliance: o caminho está aberto
Se lembra da introdução deste texto, está ciente da discussão iOS x Android que muitos usuários entram. Mas, longe de apoiar um dos lados, o que aparece em comum aqui são os aspectos técnicos da Apple: ela é conhecida por ter processos de revisão de apps mais minuciosos e, além disso, a tecnologia dos apps precisa ser nativa. Já no Android, isso é bem mais flexível. Há alguns detalhes técnicos que podem atrasar a Apple e as casas de apostas no processo de desenvolvimento e aprovação.
Além disso, questões de compliance também são importantes. Ao liberar os apps, a Apple transmitirá, assim como o Google, diretrizes e comunicações claras às casas de apostas e aos órgãos governamentais. O diálogo entre eles acontece diretamente e, provavelmente, está um pouco atrasado. Mas, infelizmente, não há nenhum pronunciamento oficial de qualquer parte que indique isso.
Falta só um “ok”?
Na prática, o que parece estar faltando para que os apps de apostas figurem nos iPhones e iPads é mesmo um “ok” da Apple. A empresa deve reconhecer que o Brasil regulamentou as apostas e que percebe que o cenário está seguro para a operação desses aplicativos.
Entretanto, outro fato importante é que, internacionalmente, os apps de apostas geralmente se concentram mais nos sistemas operacionais Android. Há de se perguntar se, talvez, essa predominância também influencia, de alguma forma, o ritmo de chegada desses aplicativos à App Store.
De qualquer maneira, com a pressão e o desejo de todos os setores, a tendência é que isso seja só questão de tempo.
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