Greve dos caminhoneiros fracassa, após divisão na categoria
A paralisação de caminhoneiros anunciada para esta quinta-feira (4) não registrou nenhum protesto nas rodovias brasileiras, segundo monitoramento da Polícia Rodoviária (PRF).
O ato havia sido convocado pelo representante da União Brasileira dos Caminhoneiros, Chicão Caminhoneiro, após ida ao Palácio do Planalto, na terça-feira (2), para protocolar uma ação relacionada à paralisação.
Ele foi acompanhado do desembargador aposentado Sebastião Coelho, que vem incentivando o movimento.
“A gente tomou a decisão de iniciar esse processo chamando os irmãos caminhoneiros para estarem conosco, trabalhando e buscando nossos objetivos. Queremos que as leis da categoria finalmente sejam respeitadas”, afirmou Coelho.
Entre as reivindicações do setor estão a estabilidade contratual do caminhoneiro, a garantia do cumprimento das leis, a reestruturação do Marco Regulatório do Transporte de Cargas e a aposentadoria especial de 25 anos de trabalho comprovada com recolhimento ou documento fiscal emitido.
Até o momento, não houve qualquer ação de bloqueio ou protesto registrado pela PRF nas rodovias que cortam o Brasil. O SBT News segue em contato com o órgão.
Categoria se dividiu e mobilização não ganhou apoio
Apesar do anúncio de paralisação, entidades importantes do setor não aderiram ao movimento.
Conftac
A Confederação dos Transportadores Autônomos de Cargas (Conftac) divulgou nota oficial negando participação em qualquer articulação de greve e reforçando que decisões sobre o setor são tomadas somente no Fórum Nacional do Transporte.
“Nem a entidade, nem suas federações ou sindicatos filiados participaram de qualquer reunião sobre paralisação no dia 4 de dezembro. Todas as decisões institucionais são construídas exclusivamente no âmbito do Fórum Nacional do Transporte”, informou em nota.
Abrava
O presidente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), Wallace Landin, conhecido como Chorão Caminhoneiro, também se manifestou contra o movimento.
Ele afirmou que a paralisação estaria utilizando pautas do transporte para “maquiar uma manifestação política”, criticando a tentativa de vincular a categoria ao ato.
CNTTL
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), afirmou que não apoia a paralisação, dizendo que não participou de qualquer reunião para a organização do movimento.
A entidade ressaltou ainda que a paralisação tem intuito político, visando pedir anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Até a tarde desta quinta-feira (4), Chicão Caminhoneiro não havia comentado a ausência de mobilização nas estradas.
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