Interesses pessoais não estão acima do povo, diz Motta após desocupar Mesa da Câmara
Após retomar o comando da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou na noite desta quarta-feira (6) que a democracia “não pode ser negociada” e que interesses pessoais ou eleitorais não podem estar acima da vontade popular.
A declaração foi feita na noite desta quarta-feira (6), após a desocupação do plenário por parte de parlamentares da oposição, que protestavam contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A ocupação impediu a realização de sessões desde a terça-feira (5).
“Não podemos deixar que projetos pessoais e até projetos eleitorais possam estar à frente do que é maior que todos nós: o nosso povo”, disse Motta.
Durante a crise, o presidente da Câmara ameaçou suspender mandatos por até seis meses e acionou a polícia legislativa, que chegou a ser posicionada na porta do plenário. Após negociações, os parlamentares oposicionistas cederam, e Motta conseguiu abrir a sessão.
Em seu discurso, o presidente destacou que sua presença na Mesa visava reafirmar a autoridade da Presidência da Câmara e o papel institucional da Casa.
“Nossa presença nesta Mesa, na noite de hoje, é para garantir duas coisas: a primeira é o respeito a esta Presidência, como quer que seja; e a segunda, é para que esta Casa possa se fortalecer.”
Ele concluiu defendendo o diálogo como único caminho para a construção de soluções políticas legítimas.
Negociações e tumulto
Pouco antes, ao tentar abrir a sessão, Motta foi impedido de se sentar na cadeira da Presidência. O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), que participava da ocupação,não quis sair do lugar. Após breve tensão e conversa entre os dois, o parlamentar cedeu, e Motta conseguiu reassumir o posto.
Para viabilizar a sessão, Motta determinou o fechamento do acesso ao plenário e posicionou a polícia legislativa na porta. Ele também chegou a ameaçar suspender por até seis meses o mandato de deputados que insistissem em impedir a realização da sessão.
“Essa Mesa não será refém de nenhum tipo de ameaça. Não é um gesto de enfrentamento, é um gesto de reafirmação da democracia brasileira”, afirmou.
Com informações de g1
Escreva sua opinião
O seu endereço de e-mail não será publicado.