Jornal Nacional dedica quase seis minutos a críticas sobre decisão de ministro do STF no caso Banco Master

O Jornal Nacional dedicou quase seis minutos de sua edição para repercutir e questionar o posicionamento do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, no inquérito que apura fraudes financeiras envolvendo o Banco Master e o Banco de Brasília (BRB). O foco da reportagem foi a decisão do ministro de manter a acareação marcada para a próxima terça-feira, mesmo após pedidos contrários do Banco Central e da Procuradoria-Geral da República.

Relator do caso, Toffoli negou um pedido do Banco Central que solicitava esclarecimentos ou a suspensão do procedimento. A acareação foi marcada por iniciativa do próprio ministro, sem solicitação da Polícia Federal, e reunirá o dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, e o diretor de fiscalização do BC, Ailton de Aquino Santos.

O inquérito tramita sob sigilo no STF desde o início do mês, embora as investigações tenham começado em 2024 na Justiça Federal. A Polícia Federal apura operações suspeitas entre o Master e o BRB, incluindo a compra e revenda de créditos que resultaram em um negócio estimado em cerca de R$ 12 bilhões. Segundo as investigações, o Banco Master não teria recursos suficientes para honrar títulos com vencimento em 2025, fator que levou o Banco Central a rejeitar a aquisição pelo BRB e decretar a liquidação da instituição no mês passado.

A reportagem destacou que o procurador-geral da República, Paulo Gonet, considerou a acareação prematura, já que os investigados ainda não haviam sido ouvidos individualmente. Mesmo assim, Toffoli manteve a decisão.

Entidades que representam bancos, fintechs e o mercado financeiro divulgaram notas em defesa da autonomia e da atuação técnica do Banco Central, alertando que a revisão de decisões como a liquidação de instituições financeiras pode gerar instabilidade e enfraquecer a autoridade do órgão regulador.

Ao final, Toffoli afirmou que o Banco Central não é investigado, que sua participação é relevante para o esclarecimento dos fatos e que a urgência do procedimento se justifica pelo impacto do caso no sistema financeiro brasileiro.

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