O sumiço de duas ampolas com urânio enriquecido na cidade de Resende-RJ em 2023

Por Tania Malheiros

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e a Polícia Federal (PF) poderiam contribuir para acabar com as especulações que estão ocorrendo no momento nas redes sociais sobre o destino de duas ampolas, que pertenciam ao lote testemunho da 15ª recarga da usina nuclear Angra 2, com 8 gramas de urânio enriquecido a 4,25% em cada unidade.

As ampolas sumiram da Fábrica de Elementos Combustíveis (FEC), da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende (RJ), conforme o BLOG noticiou com exclusividade no dia 16/8. Nas redes, diante da guerra Israel e Irã, espalha-se a desinformação de que as ampolas foram para o Irã, que já enriquece urânio a 60%, conforme a AIEA tem divulgado.

“Estas ampolas são pequenos tubos contendo amostras dos cilindros com o material de hexafluoreto de urânio (UF6) utilizado na fabricação dos combustíveis das Usinas Nucleares de Angra 1 e Angra 2. São amostras testemunho para a comprovação do material contido nos respectivos cilindros. São amostras testemunho para a comprovação do material contido nos respectivos cilindros”, informou a CNEN na época.

O sumiço ocorreu em julho daquele ano, mas a INB não comunicou a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), que teria descoberto o fato através de um inspetor residente da Comissão, da área de salvaguardas nucleares. A CNEN classificou o sumiço como “extravio”. E nada mais informou a respeito.

Na época, a Policia Federal arrolou 20 funcionários da INB, que já estava sob a direção de Adauto Seixas, conforme ampla divulgação da imprensa, indicado pelo senador Rodrigo Pacheco. A AIEA nunca se manifestou publicamente sobre o caso, embora uma de suas missões seja a de fiscalizar unidades que operam com enriquecimento de urânio. A PF também não divulgou se desvendou ou não sumiço as ampolas, muito menos a CNEN.

A AIEA, m Viena, na Áustria, fundada sob forte influência dos Estados Unidos, para salvaguardar e controlar as atividades nucleares mundiais. O estatuto da AIEA foi assinado em Nova Iorque em 26 de outubro de 1956. O Brasil e signatário da AIUEA desde a sus acuação. Outra entidade que também poderia contribuir com informações esclarecedoras de casos como este é a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais Nucleares (ABACC), no Rio de janeiro, criada em 18 de julho de 1991, pelo acordo entre Brasil e Argentina para uso Exclusivamente Pacífico da Energia Nuclear.

A missão da ABACC é garantir o uso exclusivamente pacífico da energia nuclear nos dois países.

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