Lula é vaiado três vezes na Marcha dos Prefeitos, mas defende repasses sem viés partidário
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi vaiado em três momentos distintos durante a abertura da Marcha dos Prefeitos, em Brasília. As vaias ocorreram quando ele subiu ao palco, ao ser chamado para discursar e ao final da cerimônia. Apesar das manifestações contrárias, também houve aplausos de parte da plateia. Em seu discurso, Lula ressaltou que, em seu governo, os recursos serão distribuídos independentemente da filiação partidária dos prefeitos, destacando o PAC Seleções como exemplo de programa que atenderá às necessidades das populações locais sem discriminação política.
O evento foi marcado por cobranças da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), representada pelo presidente Paulo Ziulkoski, que criticou o aumento das obrigações dos municípios e a decisão do STF de exigir mais transparência nas emendas parlamentares. Ziulkoski também alertou sobre os impactos da suspensão de pagamentos de emendas. Lula reagiu com ironia, dizendo que o líder da CNM “voltou a ser o velho Ziulkoski”, com discurso crítico e firme — insinuando que ele teria sido mais brando durante o governo de Jair Bolsonaro.
Durante o evento, Lula elogiou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, que vinha sendo alvo de críticas e rumores sobre desavenças internas no governo. Lula afirmou que Costa tem papel essencial na articulação administrativa e o classificou como “o governador mais bem-sucedido da Bahia”. Ao final da cerimônia, o ministro das Cidades, Jader Filho, anunciou a abertura de inscrições para 130 mil novas unidades habitacionais da Faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida, voltadas a famílias de baixa renda. A Marcha dos Prefeitos, que reúne cerca de 12 mil participantes, busca levar ao governo federal e ao Congresso as principais demandas dos municípios brasileiros.
