Prefeitura informa que escalas foram regularizadas nas unidades de saúde
Depois de enfrentar problemas pela falta de médicos, a rede de saúde de Natal teve as escalas normalizadas, conforme anunciaram nesta quinta-feira (11) o prefeito Paulinho Freire e o secretário de Saúde, Geraldo Pinho. As falhas começaram em 1º de setembro devido à mudança na contratação de profissionais terceirizados, antes feita pela Coomed e agora pelas empresas Justiz e Proseg, vencedoras de licitação da Prefeitura.
Na manhã de ontem, o prefeito visitou a UPA de Cidade da Esperança acompanhado do secretário. Eles afirmaram que a situação foi regularizada e que o tempo de espera diminuiu. “Aqui na Cidade da Esperança estamos com 10 médicos, dois a mais que o previsto. As escalas estão completas em todas as UPAs”, disse o gestor. Geraldo Pinho acrescentou que a normalização ocorreu antes do prazo de 10 dias estipulado pela pasta. Segundo ele, o tempo de espera caiu de seis horas para cerca de 60 minutos, com quase quatro mil atendimentos apenas neste início de setembro.
O secretário relatou ainda redução da superlotação: “Em uma semana, diminuímos pela metade os pacientes aguardando leito para transferência, de 100 para 50”. Em unidades como o Hospital dos Pescadores e o Centro Clínico José Carlos Passos, onde chegou a faltar cardiologista, a situação também foi resolvida. “As filas foram zeradas em diversos turnos. Quanto às mortes noticiadas no Hospital dos Pescadores, eram pacientes graves, sem relação com falta de assistência”, destacou.
Na UPA da Cidade da Esperança, pacientes relataram percepções diferentes. Um disse não ter notado avanços: “Cheguei há duas horas com minha esposa e ainda não fomos atendidos”. Já a jovem Alice Gabriela, 21, relatou melhora: “Passei pela triagem em uma hora. Geralmente, demora três”. O diretor da unidade, Ricardo Pinto, afirmou que as salas de internamento estavam praticamente vazias e que as reclamações diminuíram.
Apesar das declarações da Prefeitura, o presidente do Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed), Geraldo Ferreira, contestou. “As escalas continuam incompletas. Há médicos cobrindo mais de uma função, como sala vermelha e amarela, pediatria atendida por outros profissionais e UTI sem intensivistas. Nas maternidades, cirurgiões gerais substituem obstetras”, criticou.
Outro tema em debate é a terceirização da gestão das quatro UPAs por Organizações Sociais de Saúde (OSS). Na segunda-feira (8), a Justiça suspendeu os editais de contratação por falta de comprovação da vantajosidade do modelo. A decisão apontou ausência de dados objetivos e indicadores nos estudos apresentados.
Paulinho Freire afirmou que a própria Prefeitura decidiu suspender o processo. “Estamos em entendimento com o Tribunal de Contas para contratar da melhor forma possível”. O secretário Geraldo Pinho disse que não há prazo para retomada: “Estamos em diálogo com o Ministério Público de Contas e com o TCE. Acredito que encontraremos uma solução, mas ainda sem cronograma definido”.
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