PT usa sanções de Trump para tentar cassar Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli

Lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT) decidiram transformar o tarifaço anunciado por Donald Trump contra produtos brasileiros em munição para desgastar politicamente e tentar cassar o mandato de dois dos principais aliados de Jair Bolsonaro: Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli, ambos deputados licenciados pelo PL de São Paulo.
Nesta quinta-feira (10/7), o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), protocolou no Conselho de Ética uma nova representação pedindo a cassação de Eduardo. Segundo o petista, a própria nota divulgada por Eduardo e pelo jornalista bolsonarista Paulo Figueiredo seria uma “confissão” de articulação direta com o governo Trump para prejudicar a indústria brasileira.
“Nos últimos meses, temos mantido intenso diálogo com autoridades do governo do presidente Trump — sempre com o objetivo de apresentar, com precisão e documentos, a realidade que o Brasil vive hoje. A carta do presidente dos Estados Unidos apenas confirma o sucesso na transmissão daquilo que viemos apresentando com seriedade e responsabilidade”, diz o trecho da nota que, para o PT, comprova a participação ativa de Eduardo na imposição das tarifas.
A iniciativa faz parte de uma estratégia do PT para ampliar o cerco a parlamentares bolsonaristas no Congresso. Além de Eduardo, Carla Zambelli também pode ser alvo de nova ofensiva petista. Segundo interlocutores, a base governista avalia usar a mesma linha de argumentação: associar declarações públicas a prejuízos econômicos diretos ao país.
Aliados de Bolsonaro reagiram, classificando a investida como “perseguição política” e prometem mobilizar a base para barrar qualquer tentativa de cassação. Ainda assim, a representação já começou a movimentar os bastidores da Câmara e pode abrir mais um capítulo na disputa entre governo e oposição no Congresso.
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