Revogação do IOF pode paralisar a máquina pública, diz Haddad a Motta e Alcolumbre
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 28, que há risco de paralisia da máquina pública caso o Congresso decida derrubar o decreto presidencial que eleva as alíquotas do Imposto Sobre Operação Financeira (IOF).
A declaração foi dada após Haddad participar de reunião com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
“Expliquei as consequências disso em caso de não aceitação da medida, o que acarretaria em termos de contingenciamento adicional, nós ficaríamos em um patamar bastante delicado do ponto de vista do funcionamento da máquina pública e do Estado brasileiro”, disse.
A paralisia da máquina pública ocorreria porque o governo seria obrigado a aumentar o contingenciamento sobre investimentos e despesas que garantem o funcionamento da
Esplanada dos Ministérios, como contas de água e luz.
O encontro entre os três, segundo Haddad, ocorreu após os presidentes da Câmara e Senado solicitarem ao ministro explicações sobre a necessidade da medida e as consequências práticas de uma eventual revogação.
“Procuramos calibrar o corte de despesas acima do aumento de receitas para compor um quadro que permitisse cumprir as metas estabelecidas pelo Congresso Nacional”, resumiu Haddad.
Expectativa de arrecadar até R$ 20 bilhões com IOF
O decreto que aumentou as alíquotas de IOF em operações de crédito para empresas, em remessas para o exterior, na compra de moeda e em cartões internacionais pretende aumentar a arrecadação em até R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões no próximo ano.
O texto também previa uma cobrança de 3,5% sobre o envio de recursos de fundos para investimentos internacionais. Essa medida foi revogada pelo governo após banqueiros apresentarem ao ministro da Fazenda alertas sobre o impacto negativo da medida.
Escreva sua opinião
O seu endereço de e-mail não será publicado.