RN intensifica vigilância após caso de gripe aviária no RS; Brasil mantém estabilidade no setor avícola

Após o primeiro caso confirmado de gripe aviária no Brasil, registrado no Rio Grande do Sul, o Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (Idiarn) está reforçando as ações de vigilância sanitária no Estado. Até o momento, o RN nunca teve registros da doença em sua avicultura comercial, e o foco agora é na prevenção e resposta rápida a qualquer suspeita. O Programa Estadual de Sanidade Avícola (PESA) intensificou as fiscalizações em granjas, propriedades rurais e no trânsito de produtos avícolas. Técnicos do órgão estão orientando produtores sobre boas práticas de biosseguridade e realizando coletas de amostras para análise laboratorial, enviadas aos centros federais de referência em Campinas (SP) e Recife (PE). Além disso, há capacitação de fiscais e agentes municipais para reforçar os protocolos de notificação obrigatória via Sistema Brasileiro de Vigilância e Emergências Veterinárias (e-Sisbravet).

Apesar do alerta sanitário, não há risco para o consumidor, já que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne ou ovos devidamente cozidos e inspecionados. Em nível nacional, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, garantiu que o foco da doença no RS não causará impacto significativo nos preços da carne de frango, mesmo com suspensões temporárias de exportação por parte de mais de dez países. Ele estima apenas pequenas variações no curto prazo, com a oferta sendo redirecionada para o mercado interno ou outros mercados. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango, com 5,2 milhões de toneladas exportadas em 2024, gerando US\$ 9,9 bilhões em receita. Cerca de 35,3% da produção nacional é destinada ao mercado externo, com 78% das exportações concentradas no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Fávaro explicou que, após 28 dias sem novos casos, o país poderá emitir uma autodeclaração sanitária à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), o que pode levar à retomada gradual das exportações suspensas. A recomendação das autoridades é para que produtores e população estejam atentos a qualquer suspeita e acionem imediatamente os canais oficiais, como o Idiarn ou o e-Sisbravet.