“Se ela estivesse viva, eu não estaria suja”: menino expõe a dura realidade de viver sem a mãe, morta pelo esposo
Um vídeo gravado em Pedro do Rosário (MA) mostra um menino chorando e visivelmente abalado pela falta que sente da mãe. O garoto é filho de Dona Cirani, vítima de feminicídio cometido pelo próprio companheiro em 16 de fevereiro de 2025. Desde então, os filhos enfrentam uma dura realidade, marcada pela ausência materna, dificuldades financeiras e condições de vida precárias.
Nas imagens, o menino aparece descalço, sujo e em lágrimas, lamentando: “Se minha mãe tivesse viva, eu não estaria sujo.” A frase, dita com a pureza e a dor de uma criança, escancara a realidade devastadora deixada pela violência doméstica — uma dor que vai além da perda, revelando o abandono e a falta de amparo enfrentados por órfãos do feminicídio em todo o país.
O vídeo tem comovido o público e levantado reflexões sobre o impacto social da violência contra a mulher, que destrói lares e deixa crianças sem referência e proteção. A imagem do menino tornou-se símbolo de milhares de histórias semelhantes no Brasil, em que filhos herdam o luto e a carência emocional resultantes desses crimes.
O caso ganhou repercussão nacional após ser divulgado pelo jornalista Willian Vieira, que visitou a comunidade e registrou o cenário de abandono vivido pela família. Sensibilizado, ele iniciou uma campanha solidária com o objetivo de construir uma casa segura e oferecer melhores condições de vida às crianças.
O vídeo e a mobilização reacendem o debate sobre a urgência de políticas públicas voltadas à proteção e ao acolhimento de filhos de vítimas de feminicídio — crianças que, como o menino de Pedro do Rosário, vivem diariamente a dor da ausência e o desafio de recomeçar.
Escreva sua opinião
O seu endereço de e-mail não será publicado.