Oferta obrigatória de repelente de mosquito para grávida deve ser votada em comissão

Foto: Rogersco
Foto: Rogersco

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) promove reunião na quarta-feira (18), a partir das 9h, com dez itens na pauta de votações. Entre eles, está o projeto (PLS 72/2016) que obriga o governo a oferecer às gestantes, de graça, repelente com eficácia comprovada contra o mosquito Aedes aegypti. Da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), a proposta inclui a exigência no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990).

Segundo a justificativa da autora, é alta a probabilidade de o vírus Zika ser a causa de grande parte dos casos de microcefalia no país, especialmente no Nordeste. Vanessa argumenta ainda que o aumento da incidência da doença gerou grande procura por repelentes nas farmácias do país, o que causou desabastecimento e elevação do preço do produto.

O relator na CAS, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), concorda com Grazziotin. “A situação epidemiológica da microcefalia no país é grave e merece a atenção das autoridades sanitárias no sentido da adoção de todas as medidas cabíveis para o seu combate”, afirma Gurgacz em seu relatório. Para ele, a distribuição gratuita de repelentes às gestantes é medida necessária para proteger os bebês de uma possível infecção pelo Zika vírus. Se aprovado pela CAS e não receber recurso para votação pelo Plenário, o projeto pode seguir diretamente à análise da Câmara dos Deputados.

SAÚDE: Mais de 48 milhões de imóveis em todo País foram vistoriados no combate ao Aedes aegypti

 O zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypt -Foto: Divulgação
O zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypt -Foto: Divulgação

Mais de 48 milhões de imóveis em todo o Brasil foram vistoriados por agentes de saúde e militares para identificar focos de Aedes aegypti e orientar a população sobre as medidas de combate ao mosquito.

Entre o início de janeiro e o dia 29 de fevereiro, as equipes visitaram 59 milhões e 600 mil prédios públicos, residências, estabelecimentos comerciais e industriais. Desse total, 11 milhões e 300 mil foram visitados, mas ou estavam fechados ou os moradores se recusaram a receber os agentes.

Os números fazem parte do balanço do Ministério da Saúde sobre a primeira fase da mobilização nacional para o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, da chicungunya e do Zika vírus. A segunda etapa de mobilização começou em primeiro de março.Mais >

SAÚDE: Casos suspeitos de microcefalia chegam a 4.107, segundo Ministério da Saúde

 O zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypt -Foto: Divulgação
O zika vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypt -Foto: Divulgação

O número de casos suspeitos de microcefalia notificados já chegou a 4.107, em todo o Brasil, de acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. De acordo com o informe, 950 notificações já foram descartadas e 583 foram confirmadas.

Os casos confirmados ocorreram em 16 estados, oito deles, apenas na região Nordeste, que registrou o maior número de casos, até o momento. De acordo com o Ministério da Saúde, o surto atual de microcefalia tem relação com o zika vírus, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypt. O ministro da Saúde, Marcelo Castro, recomenda que toda a população esteja atenta e elimine todos focos do aedes.

“O que a gente precisa ter a compreensão, é que esse é um trabalho duradouro, que nós não vamos conseguir eliminar o mosquito de uma hora para a outra. E que é preciso ser uma ação contínua, rotineira e sistemática”, disse Marcelo Castro.Mais >

Brasileiros reforçam ‘faxinaços’ contra o Aedes aegypti

Ação de combate ao Aedes aegypti/ Foto: Pref. de Resende/RJ
Ação de combate ao Aedes aegypti/
Foto: Pref. de Resende/RJ

O hábito de realizar uma faxina semanal para combater possíveis focos do Aedes aegypti está mobilizando cada vez mais brasileiros, atentos aos perigos à saúde geradas pela presença do mosquito. O Aedestransmite dengue, chikungunya e zika, sendo que esta última doença é a responsável pelo aumento dos nascimentos de bebês com microcefalia desde o ano passado.

O mosquito se reproduz em qualquer lugar ou recipiente com água parada. Em sua vida fértil, as fêmeas do mosquito podem desovar cerca de 1,5 mil ovos que podem ficar até um ano aguardando as condições ideais para virarem larvas e mosquitos.

“O mosquito não deveria nascer”, diz a maranhense Cravolina Martins dos Santos, que atualmente mora no Distrito Federal. Ela conta que o zelo em casa aumentou após ser ter sido picada pelo mosquito e ficar doente. “Depois que tive dengue, tive mais cuidado”, comenta em entrevista ao Portal Brasil. Desde então, pelo menos duas vezes por semana ela faz uma faxina especial em casa, focando principalmente em pontos de água parada.