Irmão do ministro Flávio Dino vira alvo da CPMI do INSS


Irmão do ministro do STF Flávio Dino, o subprocurador Nicolao Dino virou alvo da CPMI do INSS no Congresso. O motivo foi um acordo homologado pelo Supremo sobre a responsabilidade da União e do INSS em relação às fraudes.

Na segunda-feira (15), o deputado Kim Kataguiri (União-SP) protocolou um requerimento pedindo a convocação de Nicolao como testemunha justamente para explicar os termos do acordo aos membros da comissão.

Além do irmão de Flávio Dino, o acordo também foi assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet. Kataguiri, contudo, optou por pedir a convocação de Gonet, limitando-se apenas a Nicolao Dino.

Entre os responsáveis pelo acerto estão ainda o advogado-geral da União, Jorge Messias; o ministro da Previdência, Wolney Queiroz; o presidente do INSS, Gilberto Waller Jr.; e o controlador-geral da União, Vinicius de Carvalho.

Mais >

Rogério Marinho critica ausência de “Careca do INSS” em depoimento na CPMI: “Roubar velhinhos é um crime hediondo”


MO senador Rogério Marinho (PL-RN) reagiu duramente nesta segunda-feira (15) à ausência de Antônio Oliveira, conhecido como o “careca do INSS”, no depoimento marcado para a CPMI do INSS, que investiga fraudes bilionárias em aposentadorias.

Segundo o parlamentar, o investigado havia confirmado presença para prestar esclarecimentos, mas desistiu após contato de sua defesa com o presidente da comissão, senador Carlos Viana. A justificativa foi a prerrogativa concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que permite ao réu preso optar por não comparecer.

“O ‘careca do INSS’ tentou se esconder e fugir do depoimento, mas a verdade vai alcançá-lo. A CPMI não vai parar até expor quem saqueou, seguir o dinheiro e devolver justiça aos aposentados. Roubar velhinhos é um crime hediondo e não ficará impune”, afirmou Marinho.

O senador ressaltou que a decisão de Oliveira em não comparecer seria uma tentativa de procrastinação, mas garantiu que a comissão já quebrou os sigilos de investigados e em breve terá acesso a provas documentais. “Daqui a pouco, nós vamos ter esses dados nas mãos e vamos fazer justiça. Justiça àqueles que foram roubados, enganados e fraudados. Vamos resgatar os recursos e punir exemplarmente todos os envolvidos”, disse.

Marinho ainda insinuou que o recuo do depoente pode ter sido influenciado por cúmplices. “Certamente, nesse meio tempo, aqueles que se beneficiaram do esquema e recepcionaram os recursos tiveram acesso ao Sr. Antônio Oliveira, e ele simplesmente desistiu de vir à CPMI”, completou.

A comissão segue com oitivas e análise de documentos para aprofundar as investigações. A estimativa é que o esquema tenha causado prejuízo bilionário ao INSS, afetando diretamente aposentados em todo o Brasil.