Ex-delegado do DOPS teria incinerado corpo de pai do presidente da OAB

Diferente do que disse o presidente Jair Bolsonaro (PSL), o relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), divulgado em 2014, indicou que Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, foi morto por órgãos de repressão da Ditadura Militar. No documento não há indícios de que Santa Cruz, integrante de um grupo revolucionário contrário aos militares, pudesse ter sido morto por seu correligionários, como sugeriu Bolsonaro nessa segunda-feira (30).

Apesar de o corpo de Fernando Santa Cruz nunca ter sido encontrado, o relatório da Comissão apresenta duas hipóteses para o desaparecimento dele. Ele teria sido incinerado no Rio de Janeiro ou enterrado como indigente em uma vala comum em São Paulo. Nos dois casos, a morte do pai do presidente da OAB é atribuída a agentes do Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI). 

Essas hipóteses ganham força, porque um documento secreto da Aeronáutica, anexado ao relatório da CNV e divulgado pelo jornalista Bernardo Mello Franco, confirma que Fernando Santa Cruz estava sob custódia do estado desde 22 de fevereiro de 1974.

Usina Cambahyba

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