Análise | Walter Alves: a picanha e o desafio de voltar ao topo
Walter Alves tem diante de si um dos maiores desafios políticos de sua trajetória: reconstruir o MDB no Rio Grande do Norte, preservar a marca histórica do sobrenome da família e, sobretudo, provar que ainda tem fôlego para ocupar espaços de poder.
O tempo, porém, é curto. Restará apenas oito meses para reorganizar a legenda (a partir de abril/26), articular candidaturas e mostrar resultados concretos. E mais: Walter só assumirá o governo de Fátima Bezerra no finalzinho de abril de 2026, quando a petista deverá deixar o cargo para concorrer ao Senado. Ou seja, terá em mãos o poder do Executivo estadual, mas em um mandato-tampão, praticamente simbólico, e com prazo de validade definido.
É justamente nesse ponto que está o fio da navalha: Walter Alves vai se agarrar ao governo como quem segura um pedaço de picanha suculenta no espeto — com força, apetite e sem intenção de largar facilmente. Será a sua chance de voltar ao topo, de mostrar que o sobrenome ainda tem peso, e de se reposicionar no tabuleiro da política potiguar.
Mas o risco também é evidente: se falhar na condução do MDB e não conseguir emplacar nomes competitivos, corre o risco de ser lembrado apenas como o último dos Alves a segurar o partido que nasceu com Aluísio e, aos poucos, perdeu o brilho da velha hegemonia.
Em 2026, Walter terá na cadeira de governador a vitrine mais cobiçada do estado. Se vai transformá-la em um novo ciclo de poder ou em um curto espetáculo de vaidades, só a sua própria habilidade política — e o apetite pelo jogo — dirão.
1 Comentário
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Botelho Nolasco
set 9, 2025, 12:05 pmAcredito eue vai utilizar todas as cartas, numa jogada espetacular.
Poderá ser reeleito Governador, o problema é se livrar da esquerdalha!