Ao STF, defesa de Lula diz que Bumlai ofereceu reforma de sítio

Foto: Divulgação
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A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em petição encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira (26), afirmou que a reforma de um sítio em Atibaia (SP), investigada pela Operação Lava Jato, foi oferecida pelo pecuarista e empresário José Carlso Bumlai. No documento, a defesa alegou ainda que Lula frequentava o local em Atibaia na condição de amigo dos donos, Fernando Bittar e Jonas Suassuna.

O Ministério Público Federal apura se as reformas no sítio e em um triplex no Guarujá teriam sido feitas em favor da família do petista por construtoras investigadas no escândalo da Petrobras.
No texto enviado ao tribunal, a defesa do ex-presidente afirmou que a compra do sítio foi uma ideia do pai de Bittar, Jacó Bittar (um dos fundadores do PT e amigo de Lula). A ideia, segundo os advogados, era que o local servisse de convivência entre a família de Lula e a família Bittar. Na versão da defesa, Fernando comprou o sítio junto com o sócio, Suassuna, porque não tinha dinheiro para fazer o pagamento sozinho.

Segundo o G1, o documento diz ainda que Lula ficou sabendo da compra do sítio em janeiro de 2011. Segundo a defesa, a necessidade de reforma surgiu para ampliar a casa, de maneira que Lula pudesse guardar “presentes do povo brasileiro” que recebeu durante os dois mandatos no governo.

“À época em que foi adquirido por Fernando Bittar e Jonas Suassuna, o sítio tinha apenas dois quartos e instalações com alguma precariedade. Foram realizadas reformas com o objetivo de permitir que os proprietários e a família do Autor [Lula] pudessem conviver no local e, ainda, que fosse possível acomodar, como já dito, os objetos que o Autor ganhou do povo brasileiro durante a Presidência da República. O Autor tomou conhecimento de que a reforma foi oferecida pelo Sr. José Carlos Bumlai, amigo da família, enquanto Fernando Bittar comentava sobre a necessidade de algumas adaptações no local”, afirma a defesa do presidente Lula.

Em seguida, o documento enviado ao STF diz que, por “dificuldades técnicas”, a obra “foi concluída por uma empresa situada a cerca de 50 km do Sítio Santa Bárbara”.
A defesa afirmou ainda que não houve “qualquer ato ilícito” na obra.

Procurado pelo G1, o advogado de José Carlos Bumlai, Arnaldo Malheiros, disse que o pecuarista apenas “indicou” o nome de um engenheiro para realizar a reforma do sítio em Atibaia. Mas que os proprietários do local “não se entenderam” com o engenheiro, o que inviabilizou a reforma por parte desse profissional.

“O Bumlai começou a ajudar no início, indicou um pessoal que não deu certo. A colaboração dele foi muito pequena e só no comecinho. Ele pediu para os filhos que mandassem um engenheiro – que contratou gente para trabalhar – mas não se entenderam lá e acabaram indo embora. E aí que entrou outra empresa, o que Bumlai desconhece”, disse Arnaldo Malheiros.
O advogado de Bumlai nega que o cliente tenha pagado pela reforma no sítio. “Eu não concordo com a petição de Lula. Bumlai não ofereceu a reforma, ele não é dono da Odebrecht”, ironizou Malheiros.

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