Após pintura sem autorização, estátua de Iemanjá será restaurada em Natal

A Estátua de Iemanjá, na Praia do Meio, será restaurada após os atos de pintura sem autorização por parte da Secretaria de Cultura de Natal (Secult). A estátua foi pintada de preto em ação que não foi autorizada pela pasta. A informação da restauração é do escultor e artista Emanoel Câmara, que visitou a estátua nesta terça-feira (1º) para avaliar os danos.

“Farei um orçamento e devo dar uma posição à Funcarte nos próximos dias. É trabalho pra uma semana”, disse Emanoel Câmara.

O artista explicou que será necessário remover toda a tinta preta que foi colocada na parte da pele da estátua. Essa remoção vai afetar a tinta original, sendo necessária uma nova pintura. Aliado a isso, a mão direita da peça e parte do seio sofreu danos com a ação dos vândalos, e também precisará ser restaurada. A estrela acima da cabeça de Iemanjá também precisará ser removida e reformada, uma vez que a tinta manchou a peça consideravelmente.

A Secretaria de Cultura de Natal informou que a pintura não se trata de nenhum novo serviço autorizado. Atos de vandalismo e depredação tem sido comum contra a estrutura de Iemanjá, que representa a divindidade de religiões de matriz africana em Natal. Em outras ocasiões a estátua já foi pichada e teve partes quebradas, como mãos e rosto.

Em nota enviada à imprensa, a coordenadora colegiada do Grupo Gama, Grupo de Articulação de Matriz africana e Ameríndia do RN, Iyalaxé Flaviana D’ Oxum, disse que considera a pintura sem autorização “uma depredação”. “Considerando o tamanho da nossa luta em preservar a histórias dos nossos mais velhos que vieram antes na luta contra a intolerância religiosa e foram quem lutou e conquistou não só a estátua mas o local de culto ao nosso sagrado, pintar Iemanjá de.preto é um insulto e desrespeito aos umbandistas desta cidade. Protesto para nós é fazer uma militância onde se busca um diálogo com o parlamento e os gestores e se conquista não só uma outra Iemanjá preta, mas um espaço cultural como a casa de cultura negra de natal, um museu para as comunidades tradicionais entre outras conquistas que não desrespeitem a história, mas que fortaleçam a luta coletiva dos povos tradicionais de Terreiros”, diz a nota.

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