Após virar réu, Bolsonaro pede ‘humildemente’ que STF não o condene por incitação ao estupro

O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) comentou na tarde desta terça-feira a decisão da 1ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que decidiu – por 4 votos favoráveis e um contrário -, aceitar denúncia contra ele por incitação ao crime de estupro e injuria. Ele recorreu ao argumento da imunidade parlamentar e disse que “sem a possibilidade de falar o que quer que seja” não conseguirá representar os votos de seus eleitores.

A ação foi movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) após o parlamentar dizer a deputada Maria do Rosário (PT-RS) que ela “não merecia ser estuprada” por ser “feia” e acrescentou dizendo que ela não faria seu tipo. O episódio ocorreu no final de 2014 no salão verde da Câmara. A queixa-crime feita pela deputada também foi aceita pelo STF.

“Eu apelo humildemente aos ministros do Supremo Tribunal Federal que votaram pela abertura do processo, não para me condenar ainda, que reflitam sobre esse caso. Não só a questão da imunidade aqui, bem como onde eu estou”, afirmou.

Bolsonaro se posicionou como defensor do direito das mulheres e do aumento da penalidade para casos de estupro.

Em sua defesa no inaquérito e também na fala com a imprensa, Bolsonaro afirma que agiu como reflexo, após ter sua honra atingida por declarações de Maria do Carmo. “É natural que a reação defensiva de qualquer homem de família, pai de 4 filhos, fosse imediata e, no caso, com certeza, sem qualquer exagero em comparativo com a ofensa recebida ao ser chamado de estuprador”, afirmou na ação.

Por outro lado, a PGR afirma que o discurso do parlamentar incentiva a prática violenta. “Ao dizer que não estupraria a Deputada porque ela não ‘merece’, o denunciado instigou, com suas palavras, que um homem pode estuprar uma mulher que escolha e que ele entenda ser merecedora do estupro”, afirmou a procuradora na denúncia por incitar o crime de estupro”, ressalta a Procuradoria.

Mais cedo, durante a votação na Corte, o ministro Luiz Fux afirmou que a imunidade parlamentar a que tem direito o deputado só tem aplicação em situações em que ele está exposto às peculiaridades do mandato, mas não em qualquer lugar. Durante a sessão, Fux repetiu as declarações feitas por Bolsonaro em referência à Maria do Rosário e chegou a pedir desculpas aos colegas por ter que repetir as palavras. “A violência sexual é um processo consciente de intimidação pelo qual as mulheres são mantidas em estado de medo”, afirmou Fux, que votou pela abertura do processo.

A deputada Maria do Rosário comemorou a decisão do Supremo. “Saúdo decisão do STF que agiu em favor da Justiça, tornando réu um deputado por apologia ao estupro. É uma vitória de cada mulher brasileira”, afirmou em postagem no Twitter. Confira mais, aqui!

5 Comentários

Gilliard Santos

jun 6, 2016, 10:43 pm Responder

Isso é o reflexo da “qualidade” de nossos congressistas. Ter que ver um torturador e defensor da ditadura ser chamado de Deputado. Isso é o país chamado Brasil.

Dennis

jun 6, 2016, 1:25 am Responder

Vamos aguardar o povo sem um pingo de massa cinzenta nos comentários. Ele deveria está trancado e enjaulado, é um ser abominável. Fico triste quando as pessoas, principalmente ricos e policiais exaltam esse nome a qual não ouso pronunciar. Não precisamos de pessoas assim, que agem com destreza de uma serpente ao dar um bote feroz em suas presas. Ele se aproveita da fraqueza,o ódio e a ignorância emanada do povo, que eles, povo, não caíam nessa grande ilusão de uma promessa fantasiosa de um tremendo vigarista, nazista,racista, homofóbico e tantos outros adjetivos que nenhum ser humando deveria ter.

Inácio Augusto de Almeida

jun 6, 2016, 5:30 am Responder

Bolsonaro nunca apareceu em nenhuma lista de torturador. De lascar é ver o chefe do bando dos nove dedos continuar solto e mangando de tudo e todos. Inclusive chamando de covardes os membros do STF. Se condenarem Bolsonaro vão criar um mártir e assim asfaltarão o caminho dele ao Palácio do Planalto.
Não tenho nenhuma simpatia por Bolsonaro, mas não me calo ante uma acusação tão descabida como a de que Bolsonaro é um torturador. Interessante é ninguém falar na cusparada que o Jean Wyllys deu no Bolsonaro. Imaginem se tivesse acontecido o contrário.
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OS RECURSOS SAL GROSSO SERÃO JULGADOS A QUALQUER INSTANTE.

Almir

jun 6, 2016, 11:41 am Responder

Jair bolsonario 2018 presidente.quem nao gosta é porque nunca ficou de frente com um vagabundo apontando uma arma na sua cabeca ,levar seus pertences e ficar impune. A bandidagem esta ganhando espaco e tem gente que nao se tocou ainda.lamentavel. bolsonaro sempre tera apoio de quem intende de seguranca publica.

Masso

jun 6, 2016, 2:39 pm Responder

Dennis, sugiro que o senhor estude um pouco mais acerca do nazismo.
Gilliard, favor provar local e momento que o Bolsonaro torturou alguém.

Por mais que este homem seja polêmico ou infeliz em suas declarações, ele representa os anseios de uma população que busca uma resposta frente à crescente violência e leis absurdas sob aprovação no congresso. Ele é um dos poucos que se opõem a políticos pífios de esquerda como E. Kokay, J. Feghali e J. Willys.
Isso merece muito respeito. E é por isso que a aprovação do Bolsonaro vêm crescendo.

Durma com este barulho!

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