Assessor de Bolsonaro ligado a fake news viajou 15 vezes com o presidente, diz jornal

Tercio Arnaud Tomaz, assessor especial do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), está no foco de uma polêmica envolvendo produção e disseminação de fake news a partir do Palácio do Planalto. Após uma devassa do Facebook em contas que publicavam esse tipo de conteúdo, Tercio foi apontado como líder do grupo, conhecido como “gabinete do ódio“.

Funcionário do gabinete de Bolsonaro, Tercio já acompanhou o presidente em 15 viagens oficiais. Ao todo, os deslocamentos custaram R$ 6.006,24. Os dados fazem parte de um levantamento do Metrópoles com base em dados disponibilizados pelo Portal da Transparência, plataforma de prestação de contas do governo federal.

O valor desembolsado pelo poder público nas viagens de Tercio não é alto, mas comprova a intimidade dele com o alto escalão do governo. Tercio só executou deslocamentos nacionais e esteve em São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Sul. O destino mais frequente é São Paulo — nove vezes.

A autorização para os deslocamentos sempre parte da Unidade Gestora de Assessoramento Especial da Presidência da República, órgão do gabinete de Bolsonaro. Os trechos foram todos considerados pelo setor como “viagem não urgente”.

Tercio viajava com o argumento de compor o Escav presidencial. Escav é o Escalão Avançado, grupo multidisciplinar que antes de evento ou viagem do presidente é encarregado de inspecionar e aprovar o destino. Se for no Brasil, a equipe vai ao local com até cinco dias de antecedência. No exterior, é necessário viajar até 15 dias antes do presidente.

O Escav checa, por exemplo, o caminho a ser percorrido pelo comboio, as condições do palanque ou do auditório, as saídas de emergência, os locais seguros para resgate, os hospitais disponíveis e os arredores.

A mais recente viagem de Tercio ocorreu em janeiro. Ele esteve em Guarujá, litoral paulista. À época, Bolsonaro e a filha Laura passaram alguns dias de descanso no Forte dos Andradas. O presidente retornou a Brasília em 13 de janeiro.

Nomeado a uma função comissionada desde 4 de janeiro de 2019, três dias após a posse de Bolsonaro, ele recebe R$ 13,6 mil mensais por 40 horas semanais de trabalho. Tercio tem um DAS 102.5 — direção e assessoramento superior. Em todo o período de labuta na presidência, 18 meses, custou R$ 244,8 mil aos cofres públicos, além de morar em um apartamento funcional.

Por Metrópole

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