Biden vai nomear a 1ª mulher para liderar a inteligência dos EUA e o 1º latino para Segurança Interna
Foto: Montagem/Biden-Harris-Transition
O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta segunda-feira (23) que vai nomear Avril Haines para ser diretora nacional de inteligência e Alejandro Mayorkas para chefiar o DHS (Departamento de Segurança Interna, em tradução livre)— a primeira mulher e o primeiro latino-americano a ocuparem os respectivos cargos.
A nomeação de Mayorkas é considerada simbólica porque ele, nascido em Cuba e naturalizado americano, ficará na chefia do departamento responsável pela imigração e pela patrulha de fronteiras. No caso de Haines, a principal atribuição dela será supervisionar os relatórios de inteligência enviados à Casa Branca, em um cargo criado depois dos atentados de 11 de Setembro de 2001.
Veja os nomes anunciados nesta segunda para o gabinete de Biden:
- Antony Blinken: ex-vice-secretário de Estado, foi nomeado para servir como secretário de Estado. Anteriormente ocupou cargos de relações exteriores no Capitólio, na Casa Branca e no Departamento de Estado.
- Alejandro Mayorkas: ex-secretário adjunto do Departamento de Segurança Interna. Já foi aprovado pelo Senado dos EUA três vezes ao longo de sua carreira. É o primeiro latino e imigrante nomeado como secretário do Departamento de Segurança Interna.
- Linda Thomas-Greenfield: embaixadora veterana com 35 anos no serviço de relações exteriores dos EUA. Trabalhou em quatro continentes. Foi indicada para servir como embaixadora dos EUA nas Nações Unidas.
- John Kerry: ex-secretário de Estado será o enviado presidencial especial para o Clima e fará parte do Conselho de Segurança Nacional (NSC, na sigla em inglês). Com isso, será a primeira vez que o NSC incluirá um enviado dedicado às mudanças climáticas. Segundo a equipe de Biden, isso reflete o compromisso do presidente eleito de abordar as mudanças climáticas como uma questão urgente de segurança nacional. Kerry se candidatou a presidente em 2004, mas perdeu para o republicano George W. Bush, reeleito naquele ano.
- Avril Haines: ex-vice-diretora da CIA e vice-conselheira de Segurança Nacional, será nomeada para atuar como diretora de inteligência nacional. Será a primeira mulher a liderar a comunidade de inteligência americana.
- Jake Sullivan: será nomeado conselheiro de Segurança Nacional. É uma das pessoas mais jovens a ocupar essa função em décadas, aos 43 anos.
- Segundo o jornal “The New York Times”, a equipe reúne altos funcionários do governo Obama e a maioria trabalhou em conjunto no Departamento de Estado e na Casa Branca. Eles compartilham a ideia de política externa do Partido Democrata, que inclui cooperação internacional, fortes alianças e cautela quanto a intervenções estrangeiras após as guerras no Iraque e Afeganistão.
No anúncio, o escritório do presidente eleito disse em comunicado que “esses líderes experientes e testados em crises começarão a trabalhar imediatamente para reconstruir nossas instituições, renovar e reimaginar a liderança americana […] e enfrentar os desafios definidores de nosso tempo — de doenças infecciosas a terrorismo, proliferação nuclear, ameaças cibernéticas e mudanças climáticas”.
Biden confirma secretário de Estado
A imprensa americana havia divulgado no domingo (22) que Antony Blinken deveria ser indicado para o cargo de secretário de Estado, que é equivalente ao de ministro das Relações Exteriores no Brasil. Ele substituirá Mike Pompeo, o maior braço-direito da política externa do governo de Donald Trump.
A escolha do experiente diplomata é uma decisão que pode marcar o retorno dos EUA ao multilateralismo, após o atual presidente americano ter se afastado dos aliados tradicionais do país.
Blinken, de 58 anos, é um dos principais colaboradores do democrata para política externa e foi o número dois do Departamento de Estado durante o governo de Obama, quando Biden era vice-presidente, e atuou como braço-direito de John Kerry — agora escolhido para ser o enviado especial para o clima.
O anúncio ocorre 20 dias após a eleição em que Biden derrotou Trump, embora o atual presidente ainda não tenha reconhecido a derrota.
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