Brasileira é uma das 3 vítimas de atentado a faca em Nice na França; Simone Barreto deixa 3 filhos e sonhava viajar o mundo com food truck

Foto: Reprodução/Facebook/Simone Barreto Silva

Nascida no Lobato, na Cidade Baixa, no subúrbio de Salvador, Simone Barreto tinha nacionalidade francesa e formação de cozinheira, e atualmente trabalhava também como cuidadora de idosos. Ela morava na Europa desde 1995, quando deixou o Brasil para participar de um grupo de dança dirigido pela irmã.

Ivana Gomes Amorim, amiga de Simone Barreto, a baiana que foi uma das vítimas do atentado terrorista desta quinta-feira (29) na Basílica de Notre-Dame de Nice, na França, contou ao G1 que a mulher era brincalhona e tinha o sonho de rodar o mundo com um food truck.

“Ela era brincalhona. Ela sorria por tudo, e até por nada. Tinha sempre brincadeira nas conversas dela. Ela não se impedia de rir, mesmo quando estava difícil. Ela se divertia muito e tinha o sonho de viajar o mundo com um food truck”, disse Ivana.

Durante o atentando, Simone foi ferida por golpes de faca e morreu em um restaurante quase em frente à catedral, onde tentou se abrigar. Um dos proprietários do restaurante l’Unik, Brahim Jelloule, falou à TV France Info que ela chegou no local completamente ensanguentada.

O irmão de Jelloule e o funcionário chegaram a entrar na igreja, mas viram o homem armado com uma faca, foram ameaçados pelo terrorista e saíram correndo. Foram eles que chamaram a polícia. Segundo Jelloule, Simone morreu uma hora e meia depois de ter sido ferida. O atentado ocorreu às 9h da França (6h da manhã em Brasília).

Amiga tentou ligar para vítima

Ivana contou que durante o dia tentou ligar para Simone, mas não conseguiu. Como era comum Simone não responder durante horário de trabalho, ela achou normal. A notícia de que a mulher havia sido uma das vítimas do atentado só chegou para a família e para os amigos no começo da noite, horas depois do crime.

Ivana não soube informar se a amiga costumava ir à igreja onde ocorreu o atentado. No entanto, desconfia de que ela tenha ido levar um dos idosos de quem cuidava.

“Não sei. Eu não tenho conhecimento desse hábito. Eu sei que ela é bastante religiosa. Mas não sei se ela tinha o hábito de ir naquela igreja. Talvez ela tenha ido levar algum idoso ou ter passado entre um trabalho e outro”, disse a mulher. Ela ainda contou ao G1 que Simone fez aniversário recentemente, no dia 10 de outubro. A baiana deixa três filhos. Não há informações sobre o enterro.

Segundo integrantes da Ala Mulheres na Resistência da Lavagem da Madeleine, evento cultural brasileiro que acontece há 19 anos em Paris, Simone e as irmãs participaram da Ala em 2019, mas não estiveram este ano por causa da Covid-19.

Além disso, Simone era agitadora cultural em Nice e organizou, com as irmãs e as primas, a Festa de Yemanjá na cidade.

Repercussão

O Itamaraty divulgou uma nota oficial na qual repudia o ataque e lamenta a morte da brasileira. O texto diz que “o Presidente Jair Bolsonaro, em nome de toda a nação brasileira, apresenta suas profundas condolências aos familiares e amigos da cidadã assassinada em Nice, bem como aos das demais vítimas, e estende sua solidariedade ao povo e Governo franceses”.

O Itamaraty informou ainda que, por meio do Consulado-Geral em Paris, “presta assistência consular à família da cidadã brasileira vítima do ataque terrorista”.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, se manifestou em seu perfil em uma rede social. “Profundo pesar pela morte de uma brasileira de 44 anos, mãe de três filhos, ocorrida hoje em Nice, na França, uma das três vítimas fatais do brutal atentado cometido por um terrorista na Basílica de Nossa Senhora”, escreveu.

O governador da Bahia usou as redes sociais para se solidarizar com a morte de Simone. “Triste e indignado. Que Deus conforte familiares e amigos de Simone e das outras vítimas desse crime bárbaro. Solidariedade à França e ao mundo que defende o amor e a paz”, contou.

O prefeito de Salvador ACM Neto também falou sobre a morte da mulher. No perfil oficial, ele disse “fica a nossa imensa consternação diante desse crime bárbaro, condenado por todos os líderes mundiais, com os quais nos uniremos agora, na certeza de que o bom senso, a razão e a lucidez irão subjugar a irracionalidade, o fanatismo e a intolerância religiosa”.

Com informações do G1

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