Câmara do Rio decide barrar processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella

Foto: Gabriel Barreira/G1 Rio

A Câmara dos Vereadores do Rio decidiu nesta quinta-feira (3) por maioria simples — 25 votos a 23 — o processo de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos).

A denúncia feita à Casa foi fundamentada na revelação do RJ2 sobre a existência do “Guardiões do Crivella” – grupo em aplicativo de conversas criado para tentar calar o trabalho de jornalistas e impedir denúncias da população sobre a situação precária da saúde municipal. As discussões duraram quase 4 horas, numa sessão híbrida – presencial e remota, em meio à pandemia de coronavírus.

Houve momentos inusitados, como um vereador usando uma camisa do Flamengo, uma vereadora participando remotamente da sessão em um carro e outra comendo pipoca no plenário da Câmara. No total, a Câmara tem 51 vereadores e a votação se deu por maioria simples: para aprovação, bastava a maioria dos votos dos parlamentares presentes.

Guardiões do Crivella: entenda o caso

Funcionários da Prefeitura do Rio, pagos com dinheiro público, fazem plantão na porta de hospitais municipais para atrapalhar reportagens e impedir denúncias de problemas na Saúde, como mostrou o RJ2 de segunda-feira (31). O esquema era combinado em grupos de aplicativo de mensagens. Um deles denominado “Guardiões do Crivella”.

A cúpula do governo municipal faz parte de um dos grupos. O telefone do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, consta na relação. O jornalista Edimilson Ávila já falou com o prefeito neste número. Uma testemunha disse ao RJ2 que Crivella enviava mensagens parabenizando as ações.

Resumo

  • funcionários da prefeitura vão a hospitais para fazer plantão e impedir reportagens ou denúncias
  • eles se organizam em grupos de WhatsApp, formados também pelo prefeito e por secretários
  • após a reportagem, o Ministério Público abriu uma investigação criminal e outra de improbidade sobre o caso
  • a polícia abriu inquérito e cumpriu nove mandados de busca
  • um pedido de impeachment foi protocolado na Câmara dos Vereadores
  • Como funciona o esquema
  • os “guardiões” são distribuídos por escalas, postam fotos para “bater ponto” e comemoram quando atrapalham a imprensa
  • O líder do esquema é Marcos Luciano (o ML), que foi missionário com Crivella e é assessor especial do gabinete do prefeito
  • ML teve bens apreendidos, como celular, notebooks e dinheiro
  • há funcionários que têm salário maior do que enfermeiros e técnicos de enfermagem
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