Campanha de Trump retira ação que questionava votação em Michigan

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A campanha do presidente Donald Trump, que perdeu a reeleição para o candidato democrata Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira (19) ter retirado o processo em que tentava parar a contagem de votos no estado de Michigan. Apesar de Biden ter vencido a eleição presidencial americana, o atual presidente não reconheceu o resultado e entrou com uma série de ações na Justiça para tentar reverter a derrota.

Sem apresentar provas, Trump alega uma suposta fraude na apuração de alguns estados em que perdeu (entre eles, Michigan). Todos são estados-chave em que o republicano perdeu. Mas até agora nenhuma autoridade reportou qualquer irregularidade na contagem dos votos.

Na quinta-feira (12), o Departamento de Segurança Interna do país afirmou que a eleição presidencial foi “a mais segura da história americana”. Seis dias depois, Trump demitiu o diretor responsável pelo comunicado.

Advogados de Trump comemoram

O processo em Michigan tentava impedir a certificação do resultado na região de Detroit, a maior cidade do estado, e a campanha do presidente disse ter retirado a ação por ter conseguido atingir seu objetivo — o que não é verdade.

O advogado de campanha de Trump, Mark “Thor” Hearne II, afirmou que o processo não era mais necessário porque “o conselho de fiscais do condado de Wayne se reuniu e se recusou a certificar os resultados da eleição presidencial”.

Advogado pessoal de Trump, o ex-prefeito de Nova York Rudolph W. Giuliani, também disse em comunicado que a campanha havia alcançado seu objetivo.

“Estamos retirando nosso processo em Michigan como resultado direto da obtenção do alívio que buscávamos: impedir que a eleição no condado de Wayne fosse certificada prematuramente antes que os residentes pudessem ter certeza de que todos os votos legais foram contados e todos os votos ilegais não foram contados”, afirmou Giuliani.

Mas o resultado foi certificado na terça-feira (17). Fiscais republicanos chegaram a barrar a certificação dos resultados, mas voltaram atrás depois.

Na noite de quarta-feira (18), antes do anúncio dos advogados da campanha de Trump, dois fiscais republicanos passaram a dizer que queriam rescindir a certificação que deram no dia anterior.

Conversa com o presidente

Monica Palmer e William Hartmann disseram em comunicado que só votaram para certificar os resultados após “horas de pressão contínua” e depois de receber promessas de que suas preocupações sobre a eleição seriam investigadas.

Monica Palmer admitiu ao jornal “The Washington Post” ter recebido uma ligação de Trump. “De fato eu recebi uma ligação do presidente na noite de terça”, afirmou Palmer. “Ele estava checando para ter certeza de que eu estava segura após ouvir as ameaças que ocorreram”.

As autoridades de Michigan disseram que a decisão sobre a certificação agora será analisada por um conselho estadual de fiscais.

Importância de Michigan

Biden venceria a eleição presidencial mesmo sem os 16 delegados de Michigan. O democrata conquistou 290 votos no Colégio Eleitoral até o momento — 20 a mais que o necessário para se tornar o 46º presidente dos Estados Unidos.

Além disso, Biden deve conquistar os 16 delegados da Geórgia, cujo resultado oficial deve ser divulgado nesta quinta-feira (19). Com esses votos, deve ir a 306 votos no Colégio Eleitoral, contra 232 de Trump.

Processos em outros estados

Na segunda-feira (16), o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, que é republicano, acusou o senador Lindsey Graham, do mesmo partido, de pressionar as autoridades eleitorais do estado para anular votos e reverter a vantagem de Biden sobre Trump.

Na terça-feira (17), a campanha de Trump sofreu uma derrota na Pensilvânia. A Suprema Corte do estado decidiu que os observadores do Partido Republicano tiveram acesso adequado à contagem de votos.

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