Campanha estimula sociedade a sugerir melhorias para a escola pública do RN‏

Valorização de profissionais, presença de professores e utilização das escolas nos finais de semana ou para ações de cidadania estão entre as sugestões recorrentes dos potiguares

Uma iniciativa pioneira no Rio Grande do Norte tem estimulado a sociedade a falar sobre a escola pública local. Em execução desde o final de outubro de 2015, a campanha “Aqui A Gente Aprende”, promovida pelo Instituto de Desenvolvimento da Educação (IDE) em parceria com o Instituto C&A, tem recebido críticas e sugestões de todo o Estado, que até o final do mês começam a ser encaminhadas para as secretarias estadual e municipais de Educação, a fim de que sejam acolhidas para a adoção de procedimentos.

Por meio de personagens reais de escolas públicas localizadas em Natal e em Parnamirim, a campanha publicitária mostra ser possível sim a qualidade na escola pública e convoca a sociedade potiguar para colaborar com a sua construção. Veículos de comunicação impressos e eletrônicos, ônibus e redes sociais têm sido utilizados como plataformas para a multiplicação da mensagem da iniciativa “Aqui A Gente Aprende”.

Dentre as contribuições, vindas por meio desses canais, pelo 0800-887-0484 ou via WhatsApp (98127-0484), a estruturação das escolas e a valorização dos profissionais da Educação são, até o momento, as mais recorrentes. “É preciso investir maciçamente na Educação, em sua infraestrutura e na qualidade e valorização dos seus profissionais, melhorando inclusive os salários para um patamar confortável, com o qual o professor possa dispor de tempo para se dedicar ao aperfeiçoamento do ensino”, relatou um dos cidadãos colaboradores da campanha.

Outras sugestões são mais específicas e também chegam às autoridades competentes. Uma delas trata do uso das escolas nos finais de semana, para a realização de atividades de leitura, estimulando a presença das famílias na instituição. Há também falas no sentido de criar ações conjuntas de secretarias municipais, para a promoção de cidadania no ambiente escolar. Fala-se ainda na necessidade de criar programas para lotar os professores de acordo com o endereço onde residem, aproximando-os da escola.

Recentemente, o atraso no início do ano letivo em algumas escolas tem motivado contatos por meio dos canais da campanha, principalmente relacionado a instituições que propiciaram experiências negativas em 2015. “No ano passado, só havia aula três vezes por semana e, por isso mesmo, as mães não podiam trabalhar… Os professores faltam demais e não seguem o cronograma de aulas”, reclama uma colaboradora, que utilizou o 0800 para informar a secretaria do seu município sobre a situação.

Segundo Cláudia Santa Rosa, diretora executiva do IDE, é importante que haja sensibilidade por parte das autoridades competentes no sentido de absorver essas informações e utilizá-las para melhorar a Educação. “Nossa grande mensagem é mesmo mostrar que é possível termos escolas públicas de qualidade, porém, é também uma oportunidade única para ouvirmos os atores envolvidos – estudantes, pais e professores – sobre como podemos atingir juntos esse objetivo”, comenta Cláudia.

Os dados reunidos com a campanha também estão sendo cruzados com outros coletados por meio de pesquisa de campo, realizada pelo IDE no Estado, em 2015. Dos entrevistados estudantes, 40,29% avaliaram a escola onde estudam como boa, 33,70% como ótima e 22,71% como regular. “Esses dados – 74% avaliam entre bom e ótimo – revelam como ainda somos pouco exigentes em relação à escola pública que é ofertada”, avalia Cláudia. Desse grupo, 65,93% declararam-se estudantes de escola pública. Essa avaliação apurada no ano passado tem auxiliado no alinhamento de informações coletadas a partir da iniciativa “Aqui A Gente Aprende”, que segue em curso com a sua primeira fase até o dia 15 de abril.

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