Cantor sertanejo preso em operação contra falsificação de cigarros deixa a cadeia

O cantor sertanejo Rafael Francisco Frare de Siqueira, da dupla Fábio e Rafael, que foi preso pela Polícia Civil em uma operação contra falsificação de cigarros, foi solto durante a madrugada desta segunda-feira (25). Ele estava detido em Londrina, no norte do Paraná, desde quarta-feira (20).

A informação da saída de Rafael foi confirmada por um policial de plantão da Central de Flagrantes da cidade.

O prazo da prisão temporária do cantor venceu na noite deste domingo (24). Como o Ministério Público do Paraná (MP-PR) não se manifestou para pedir a prorrogação do prazo, Rafael e outros presos temporários da operação tiveram o direito de sair da cadeia.

Os crimes investigados na Operação Sem Filtro são organização criminosa, lavagem de dinheiro e crimes contra a saúde pública. Ao todo, 35 mandados judiciais foram expedidos em cidades no Paraná, em São Paulo, em Minas Gerais e Bahia. Até a publicação desta reportagem, duas pessoas estavam foragidas.

A Polícia Civil pediu o sequestro de R$ R$ 6,5 milhões dos bens do pai do cantor sertanejo Rafael, Clodoaldo José de Siqueira, além de 19 veículos utilizados pela organização criminosa. Clodoaldo foi alvo de um mandado de prisão preventiva, que é quando não há prazo para deixar a prisão, e está detido na Central de Flagrantes.

A Justiça determinou o bloqueio de seis contas bancárias, sendo duas delas pertencentes a empresas, ainda de acordo com a Polícia Civil.

Investigações

Segundo o delegado Renato Figueroa, Clodoaldo José de Siqueira usava uma empresa de produções artísticas da qual é sócio para lavar dinheiro arrecadado com a falsificação de cigarros.

A empresa, que fica em Londrina, ainda conforme o delegado, agenciava a carreira dos cantores.

“Nós apuramos, em um ano de investigações, que a empresa não se sustentava só com os shows da dupla sertaneja. O dinheiro que abastece a empresa foi arrecadado por meio dos cigarros falsificados”, acrescentou.

“Clodoaldo, ex-morador de Londrina, é o líder de uma grande organização criminosa que funciona da seguinte forma: eles possuem gráficas em São Paulo, onde são confeccionados papeis e plásticos usados para montagem dos maços de cigarros. Em Minas Gerais, eles montaram duas fábricas clandestinas, onde falsificam cigarros paraguaios, na grande maioria, e distribuem, posteriormente, para todo país”, acrescentou o delegado.

Uma das fábricas tinha capacidade para produzir até 100 mil maços de cigarro por ano. Segundo a Receita Federal, a sonegação de impostos chega a R$ 90 milhões.

Ainda de acordo com o delegado, a lavagem do dinheiro arrecadado na falsificação dos cigarros era toda feita em Londrina, cidade sede da empresa de produções artísticas.

Durante as investigações, não houve indícios da participação de Fábio, o outro cantor da dupla sertaneja, no esquema criminoso, ainda de acordo com o delegado Figueroa.

G1

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