Cearense perde emprego em ‘dólar’ ao fazer apologia a estupro coletivo; ele se denfende

Para tentar desfazer a imagem impregnada que o colocou em desvantagem com as mulheres, o cartunista Allan defende que as mulheres andem armadas

O cartunista Allan Goldman vem sentindo na pele a fúria das redes sociais. Desde que publicou em sua página de Facebook, no último dia 27, um comentário sobre o caso de estupro coletivo da adolescente carioca, viu seu perfil ser invadido por uma série de postagens que o acusavam de fazer apologia de violência sexual.

A empresa que o agenciava junto ao mercado internacional, a Chiaroscuro, encerrou a relação e reprovou publicamente sua atitude. Em nota divulgada, Goldman afirmou que os que o perseguem agem de má-fé e que seu posicionamento não foi bem interpretado.

Na entrevista a seguir, o cartunista comenta a repercussão de suas postagens e esclarece sua opinião a respeito dos temas levantados pela polêmica.

O POVO: Na nota que você divulgou, você disse que as pessoas que te criticavam estavam usando de má fé e que sua postagem não fazia apologia de estupro ou violência. Qual foi exatamente teu objetivo quando fez aquele post? Que mensagem você queria transmitir?

Allan Goldman: Não há nada que caracterize apologia à violência, ao estupro ou qualquer tipo de agressão à figura da mulher na minha postagem. Fiz uma crítica irônica à ideologia de gênero, como já havia feito antes. Antes, estupro pelo Código Penal necessitava do ato da conjunção carnal, que por lei só podia ser realizado por homem e mulher. Questionei se através da ideologia de gênero os criminosos poderiam se safar ou diminuir suas penas. Já me explicaram que estupro agora, segundo a lei, tem uma amplitude maior e não se limita à conjunção carnal. Mas minha curiosidade dizia respeito a um sentido mais amplo, pois existem leis e diretrizes judiciais diferentes para homens e mulheres, e me perguntei até que ponto a ideologia de gênero poderia afetar essas questões.

OP: Como você enxerga as discussões e debates em torno das questões de gênero?

Allan: Sou contra a ideologia de gênero. Muita gente, por má fé, e outras por falta de entendimento, costumam xingar e agredir quem é contra a ideologia. Mas ser contra essa ideologia não significa de forma alguma agredir ou deixar de respeitar os direitos dos homossexuais ou transexuais. Toda pessoa adulta tem o direito de fazer o que quiser com seu corpo e sua sexualidade. Um homem tem todo o direito do mundo de fazer cirurgias, tomar hormônio, se vestir e comportar como mulher, por exemplo. O que eu sou contra é afirmar que esse homem seja uma mulher. Na minha concepção ele continua sendo um homem. Acho que ele deve responder como homem perante a lei, por exemplo, e acho que deve usar banheiro de homem. E não acho de jeito nenhum que a escola deva de alguma forma incentivar crianças ao homossexualismo (sic) ou ao transexualismo (sic). Recentemente, uma associação americana de pediatria se posicionou contra o ensino de ideologia de gênero nas escolas. Acho que sexualidade deve ser conversada com os pais, com os familiares, dentro da família. Escola é lugar de aprender português e matemática. Muita gente que batalha pela ideologia de gênero diz que não incentivam nada nas escolas, mas essa não é a realidade. Jean Wyllys e Erika Kokay, por exemplo, têm um projeto de lei sobre ideologia de gênero que quer permitir que uma criança possa acionar o ministério público para fazer cirurgia de mudança de sexo sem a autorização dos pais! Acho isso um absurdo. Mas essa é uma discussão muito longa.

OP: Você apoia abertamente o deputado Jair Bolsonaro. O que te chama atenção no posicionamento e na trajetória política dele? O que você acha das inúmeras polêmicas em que ele está envolvido? De que modo Bolsonaro te representa?

Allan: Jair é um dos poucos políticos verdadeiros nesse País. Ele é tão verdadeiro que a mídia abusa dele fazendo perguntas que sabem  que ele pode se complicar na resposta, mas ele fala assim mesmo, simplesmente porque ele não consegue dissimular. Acho que essa é uma virtude que falta hoje em dia. Ele acha que homossexualismo é questão de criação e a parte mais radical da comunidade LGBT o odeia por causa disso. Mas qual é a resposta sobre o homossexualismo? Não há conclusão científica nem filosófica sobre o assunto. Vale dizer que existe uma enorme parcela de homossexuais e LGBTs apoiando publicamente Bolsonaro. Inclusive homossexuais famosos. Mas o que mais me agrada em Jair é a questão política mesmo. Ele defende a diminuição do Estado, o livre mercado, privatizações, armamento civil e várias outras pautas político-econômicas que muito me agradam.

OP: Estatística recentes apontam que uma mulher é estuprada a cada 11 minutos no Brasil. O que você pensa sobre isso? Qual é a melhor forma de lutar contra essa realidade?

Allan: Olha, o Brasil é um dos países mais violentos do mundo. Vivemos estatísticas de guerra aqui. Na minha opinião, para diminuir essa quantidade absurda de estupros, eu aprovaria algumas leis e propostas do Bolsonaro. Armamento civil. Defendo que as mulheres andem armadas e assim se equipwm em termos de força ao homem. E os projetos de lei do Jair, como diminuição da maioridade penal para estupradores, aumento das penas por estupro e castração química. Essas são propostas que o Bolsonaro já tem faz anos, mas os políticos de esquerda, os mesmos que se dizem defensores das mulheres, não aprovam. Eu não tenho dúvidas de que essas medidas seriam extremamente eficazes na diminuição dos estupros.

OP: Você acha que sua irmã (ou namorada, ou mãe) se sentiria ofendida pela postagem que você fez? O que elas e suas amigas pensaram sobre isso?

Allan: Não só minha mãe, como todas as minhas amigas me deram total apoio nesses últimos dias. Todas elas acharam um absurdo insinuar que eu fiz apologia ao estupro em meu comentário e todas ficaram abismadas com a fúria e os ataques baixos que venho sofrendo nesses últimos dias. Vale ressaltar que muitas das minhas amigas não têm as mesmas opiniões políticas que eu, algumas delas são até de esquerda, mas são pessoas com noção de limites e bom senso.

OP: Como você está convivendo com toda essa repercussão da sua postagem? De que modo isso te afetou?

Allan: Olha, os vomitaços e as centenas de xingamentos e ameaças de agressão que venho recebendo no Face e no Instagram nem me abalaram tanto. O que mais me afetou foi saber que essas pessoas foram no Facebook do meu irmão, xingar meu sobrinho de um ano e meio, um neném. Isso é de uma baixeza sem tamanho. Meu irmão me ligou e pediu que eu tirasse todas as fotos do filho dele do meu Face. Dá pra imaginar um absurdo desse? Essas são as pessoas que dizem defender a tolerância e democracia, piada. Mas houve um lado maravilhoso. Milhares de pessoas passaram a me seguir no Face, passei os últimos dias respondendo centenas e centenas de mensagens de apoio e pedidos de adição. Recebi telefonema de gente famosa da televisão me dando apoio. A verdade é que a maioria das pessoas hoje no Brasil tem medo de se posicionar como conservador porque sabe que vai sofrer um blitzkrieg, como aconteceu comigo.

OP: A notícia de que a Chiaroscuro havia cortado relações com você te pegou de surpresa? Você tem outras fontes de trabalho?

Allan: Eles resolveram se posicionar publicamente por pressão dos militantes radicais. Fui pego de surpresa, jamais imaginei que essas pessoas fossem capazes de tentar prejudicar o outro profissionalmente por causa de opinião política. Mas não houve abalo financeiro nenhum. Essa história apareceu até em jornais dos EUA, mas já conversei com todos os meus clientes de lá e todos me deram suporte e continuarão trabalhando comigo.

OP: Você se arrepende de ter escrito aquilo? Nesses dias que se seguiram ao post, você pôde refletir sobre a situação? Continua com a mesma opinião?

Allan: De jeito nenhum! Sou contra ideologia de gênero. Sou contra as pautas progressistas/socialistas. Respeito o direito de todos os homossexuais e abomino a agressão a qualquer grupo minoritário. O que acontece é que essa militância, sem saber, está defendendo um grupo político que quer instaurar um modelo socialista no país. E uma vez instaurado esse modelo, eles serão os primeiros a sofrer com isso. Onde os gays e trans tem mais liberdade e direitos no mundo são em países capitalistas. Partidos de esquerda só utilizam as comunidades de “minorias” como escudo, para perpetrar suas políticas de Estado Grande! O brasileiro é cristão, democrático e capitalista! Sempre foi e acho que devemos nos manter assim. O caminho para melhorar a vida das minorias não é, de jeito nenhum, destruir as bases fundamentais de nossa sociedade.

1 Comentário

Raimundo Doido

jun 6, 2016, 6:41 am Responder

Como fala o poeta “chapéu de otario é marreta” agora ele quer virar um santo.

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