“Centro não terá candidatura forte para derrotar Bolsonaro”, diz Fábio Faria

Ministro das Comunicações afirma que o presidente não saiu derrotado das eleições municipais e que, em 2022, o embate para o Palácio do Planalto será, mais uma vez, com a esquerda.

Considerado um articulador do Executivo com os outros Poderes, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, rejeita o título e diz que a imagem surgiu porque chegou ao governo no momento de maior estresse entre as instituições, o que foi resolvido por vontade de todos. Ele diz não ter dúvidas de que, apesar de muitos afirmarem que o presidente Jair Bolsonaro saiu derrotado das eleições municipais, o chefe do Executivo continua forte e sua reeleição é muito provável em 2022.

No entender do ministro, não haverá tempo suficiente para que o grupo de centro-direita que saiu fortalecido das urnas construa uma candidatura com musculatura suficiente para fazer frente a Bolsonaro e a um representante da esquerda. Dos nomes citados como possíveis cabeças de chapa da direita mais moderada, Faria ressalta que o ex-juiz Sergio Moro saiu do jogo político ao migrar para a iniciativa privada e se envolver em conflitos de interesse.

Afirma que o governador de São Paulo, João Doria, desgastou-se por causa de uma sucessão de “traições”. Frisa que Rodrigo Maia é um grande articulador político, mas não tem votos, e acredita que Luciano Huck deve continuar como apresentador de tevê, pois os eleitores não querem se arriscar em uma aventura parecida com a de Wilson Witzel, eleito para o governo do Rio de Janeiro com um discurso contra a corrupção, mas que deve perder o mandato .

O ministro diz, ainda, que o governo tem o direito de apoiar candidatos para as presidências da Câmara e do Senado que defendam a agenda conservadora nos costumes e liberal na economia, hoje interditada. E um bom nome para defender os interesses do Palácio do Planalto é o do deputado Arthur Lira, do PP. Sobre o fortalecimento do Centrão nas urnas, Faria ressalta que isso não significará a volta do toma-lá-dá-cá, por meio de mais vagas no ministério.

Para Faria, a única crise que existe no governo é a “crise de palavras”, que cria uma cortina de fumaça e faz com que as entregas não cheguem na ponta. “Não tem nenhum ponto que desabone o governo. Não há uma denúncia de corrupção. Na pandemia de covid, não faltou dinheiro para estados e municípios, não faltou dinheiro para as empresas, não faltou para os desempregados. Não faltou para nada”, defende.

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