Codern diz que operação não traz prejuízos

A Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), administradora do Porto de Natal, avalia que o terminal não sofrerá prejuízos econômicos em razão da operação realizada pela Receita Federal nesta semana e que paralisou os serviços de coleta na manhã dessa quarta-feira (12).

O órgão federal alegou que a operação, que acontece em outros portos do País, foi motivada pelo corte de mais de 50% do orçamento prório e, também, pela falta de regulamentação do bônus de eficiência, cuja lei foi aprovada em 2017, mas ainda não foi regulamentada pelo Governo Federal.

Por causa da operação, pelo menos 100 caminhões permaneceram estacionados nas ruas próximas ao porto até o final da manhã dessa quarta-feira (12). No início da tarde, as coletas foram retomadas. O diretor técnico comercial da Codern, Francisco Mont’Alverne, afirmou que um navio deixou o porto na manhã de quarta, mas não foi afetado pela paralisação das atividades.

Segundo ele, a maioria dos caminhões que aguardava nas proximidades do porto, havia conseguido descarregar as mercadorias e esperava apenas a coleta do contêiner vazio para seguir em busca de novas cargas.

“Não houve prejuízos para o porto, a não ser o de imagem. Agora, só teremos saída de navio no final de semana. Também não estamos com a chegada de muitas cargas por caminhões. A maioria começa a vir para o porto na sexta-feira à noite”, explicou Mont’Alverne.

A TRIBUNA DO NORTE questionou a Receita Federal sobre possíveis prejuízos ao terminal. O órgão não quis comentar sobre números. “Para o navio que saiu hoje [quarta-feira], não houve grandes impactos, mas o embarque de cargas do próximo navio pode sofrer maiores perdas”, disse o auditor fiscal da Receita Federal, Mauíricio Santos.

Os prejuízos para os caminhoneiros são claros, a exemplo do relato dos profissionais ouvidos pela TN. O caminhoneiro Ângelo Machado chegou ao Porto de Natal no domingo (9), com uma carga de manga. A entrega da mercadoria foi realizada, mas até a tarde dessa quarta, ele ainda não tinha conseguido coletar o contêiner vazio para retornar a Petrolina (PE) para uma nova carga.

“Descarreguei a mercadoria no mesmo dia em que cheguei aqui. Eu deveria ter voltado para Pernambuco na segunda (10), no máximo. Estou com o caminhã parado há três dias, no prejuízo. Inclusive, estou tirando dinheiro do bolso para comer”, reclama o caminhoneiro.

Carlos Lucas era outro caminhoneiro que reclamava da longa espera para resgatar o contêiner vazio. “Cheguei ao porto na terça pela manhã para deixar melão. Preciso do contêiner vazio para retornar a Apodi. O prejuízo é grande, porque a gente ganha comissão. Espero sair nesta quinta-feira (13) pela manhã”, relata.

Segundo os próprios caminhoneiros, no final da manhã da quarta-feira, cerca de 100 caminhões aguardavam no entorno do porto para fazer a coleta do contêiner vazio. Cerca de outros 10 caminhões estavam com contêineres cheios. A Receita Federal informou que a operação padrão foi intensificada no RN desde a última segunda-feira (10) e que ela consiste, em momentos de mobilização como o atual, em uma quantidade maior de cargas selecionadas para fiscalização.

Escreva sua opinião

O seu endereço de e-mail não será publicado.