CPI da Covid-19: TCU pede explicações sobre dinheiro do SUS usado em gastos militares

Foto: Ricardo Moraes/ Reuters

O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que os ministérios da Defesa e da Economia ofereçam explicações sobre o uso de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), destacados para o combate militar à pandemia, para gastos corriqueiros.

O despacho de segunda-feira (2) de autoria do ministro Bruno Dantas, tem o propósito de apurar suspeitas de irregularidades na descentralização de recursos do Ministério da Saúde, em 2020, para execução de ações de saúde pelo Ministério da Defesa.

Os indícios de mau uso da verba publicada à tona em estudo da procuradora Élida Graziane, do Ministério Público de Contas de São Paulo, enviada à CPI da Covid.

Dos recursos extraordinários desembolsados ​​em 2020 pela União para o combate à covid, a Defesa ficou com R $ 435,5 milhões. Do dinheiro que Deveria ter ido ao SUS, a Defesa gastou R $ 58 mil com material odontológico, R $ 5,99 milhões com energia elétrica, água e esgoto, gás e serviços domésticos. Também há gastos com R $ 25,5 mil com material de coudelaria ou de uso zootécnico, R $ 1 milhão com uniformes e R $ 225,9 mil com material de cama, mesa e banho e R $ 6,2 milhões com manutenção e a conservação de bens imóveis.

Outros R $ 100 milhões foram para despesas médico-hospitalares com materiais e serviços em hospitais militares, “sem que se tenha prova de que foram gastos em benefício da população em geral, ao apenas atender aos hospitais militares, os quais se recusaram a ceder leitos para tratamento de pacientes civis com covid-19 ”.

A procuradora sustenta que usar dinheiro de um crédito extraordinário para cobrir gastos cotidianos seria uma burla ao teto dos gastos. No documento enviado à CPI, Graziane também saliente que, apesar de ter tido uma dotação autorizada de R $ 69,88 bilhões para enfrentamento da pandemia, dos quais R $ 63,74 bilhões foram médicos ao Ministério da Saúde, o SUS levado só contou com R $ 41,75 bilhões “porque o governo federal deixou de executar praticamente o saldo expressivo de R $ 22 bilhões em relação aos créditos extraordinários oferecidos no Orçamento de Guerra (Emenda 106/2020) no ano passado.”

“É preciso que a CPI da Pandemia, o MPF (Ministério Público Federal), o TCU (Tribunal de Cotas da União) e o CNS (Conselho Nacional de Saúde) apurem, mais detidamente, uma motivação e uma forma de várias despesas oriundas de recursos do Fundo Nacional de Saúde realizado por diversos órgãos militares ”, afirma a procuradora, no relatório.

No despacho, Bruno Dantas deu 15 dias para que o Ministério da Defesa, chefiado pelo general Braga Netto, e o da Economia, de Paulo Guedes, apresentem uma série de explicações. Eles devem informar os objetivos pormenorizados da descentralização e as orientações às unidades orçamentárias para a execução dos créditos da Saúde.

Sobre o relatório da procuradora, a Defesa informou ao Estadão, no mês passado, somente que “os assuntos pautados na Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19, no Senado Federal, serão excluídos apenas aquele fórum”. Procurada novamente nesta terça, 3, um macarrão não se manifestou. A Economia também não respondeu até a publicação desta reportagem. Com informações do Estadão

1 Comentário

Sandro barros

ago 8, 2021, 12:17 pm Responder

Tem um coronel na assembleia dizendo que a governadora utilizou os recursos de forma Inresponsavel então de a sua opinião sobre o assunto acima

Escreva sua opinião

O seu endereço de e-mail não será publicado.