CPI foca em intermediários que ofereceram vacinas ao Ministério da Saúde

CPI da Covid retoma os trabalhos nesta terça-feira (3), após os 14 dias de recesso do Congresso Nacional, e pretende avançar especialmente na apuração envolvendo possíveis crimes nas negociações do governo federal por vacinas para combate à pandemia de covid-19.

Os senadores que integram o grupo afirmam que o período de descanso foi importante para cruzar informações já obtidas com depoimentos e quebras de sigilo. A comissão decidiu também se dividir em sete núcleos de investigação que focam, além das negociações com vacinas, temas como possíveis irregularidades em contrato de logística e ações do governo que possam ter contribuído para atrasar a imunização, como a aposta em remédios sem eficácia contra covid-19, como a cloroquina.

A pausa serviu ainda para mudanças na composição da equipe. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) deixou o time dos 11 senadores titulares para se tornar ministro-chefe da Casa Civil. Eu seu lugar assumiu o então suplente Luis Carlos Heinze (PP-RS). Este último deu lugar ao senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) entre os 7 suplentes. Todos fazem parte da ala “governista da CPI”, que é minoritária.

No primeiro dia de funcionamento após o recesso, a CPI deverá votar requerimentos para novas convocações, quebras de sigilos, informações e audiências públicas que deverão direcionar a pauta das próximas semanas. Os senadores aproveitam a prorrogação do prazo de funcionamento da comissão – até 5 de novembro – para dar novo fôlego à apuração. Eles pretendem, no entanto, acelerar a produção do relatório final porque temem perder o “timing” e a atenção atraída pela CPI.

O vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), defende que o relatório seja apresentado até setembro. Ele já divulgou também que o grupo passaria a se encontrar com juristas para começar a esboçar o texto.

No relatório, os senadores pretendem apontar crimes e possíveis culpados pela condução da pandemia e pelo fato de o Brasil figurar entre os principais focos mundiais de covid-19 – com a morte de mais de 550 mil pessoas. 

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