Crescimento do PIB deve ficar abaixo de 1% em 2022, segundo Mercado

A piora do quadro econômico, com aumento da inflação e um risco político elevado, tem feito economistas de instituições financeiras reduzirem as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e o ano que vem.

Após o resultado abaixo do esperado do PIB do segundo trimestre, o Itaú Unibanco reduziu nesta terça-feira sua expectativa de crescimento da atividade em 2021, de 5,7% para 5,3%. Diante do cenário de juros mais elevado, o banco também diminuiu a projeção para 2022, de 1,5% para 0,5%.

A inflação acumulada no patamar atual, segundo Padovani, reforça os reajustes de contratos e gera uma inércia que contamina as expectativas para 2022 e 2023. Como a deterioração inflacionária deve exigir mais do Banco Central (BC), o BV elevou de 7,5% para 9,0% a projeção da Selic no fim do ciclo. A taxa de juros deve chegar a 8,5% no fim deste ano e atingir o patamar estimado na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em 2022.

“O BC vai ter que subir os juros até 9,0%. O ritmo ele escolhe. Esse aperto monetário vai ser reforçado por uma piora nas condições financeiras, que nos fez mudar o cenário de crescimento em 2022 [de 1,8% para 1,5%]”, afirma o economista.

Mesmo com a reação da política monetária para conter o avanço dos preços, Padovani prevê dificuldades no processo de desinflação em 2022. Apesar de a alta dos juros moderar variações cambiais, deve haver um aumento do risco nos mercados emergentes e também no mercado local, em função do ciclo eleitoral. Além disso, a expectativa é de manutenção dos desequilíbrios entre oferta e demanda, principalmente no setor industrial, ainda afetado pelos problemas na cadeia global.

A crise hídrica, por sua vez, segue no radar. Com a tendência de continuidade do fenômeno La Niña, a previsão é de menos chuvas no período propício a elas, algo que implica em uso das termelétricas por mais tempo. “Isso impede uma deflação na energia elétrica. Na melhor das hipóteses, os preços vão ficar onde estão”, projeta o economista.

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