Crise: Empresas estão deixando a bolsa, mesmo com a retomada de mercado

‘Maré baixa’ da economia afasta empresas do mercado de ações.

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Mesmo com a retomada da Bovespa em 2016, o número de empresas que dão adeus ao mercado de ações está crescendo. Nos 10 primeiros meses do ano, nove já fecharam capital e outras oito aguardam um aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para fazer o mesmo. Na outra ponta, somente a mineira Alliar abriu capital no Brasil este ano.

O alto custo para manter uma empresa de capital aberto – em tempos de maré baixa da economia – é apontado como a principal causa desse movimento. Para cumprir a rígida regulamentação, as companhias pagam taxas, publicam balanços trimestrais e adotam práticas de governança corporativa.

“Em uma crise econômica estes custos pesam ainda mais”, avalia o sócio-fundador do Grupo L&S, Alexandre Wolwacz. “Quando a empresa perde margem de lucro e não tem o retorno esperado com o valor de suas ações, pode não fazer mais sentido manter o capital aberto”.

O ingresso na Bolsa de Valores é uma das opções para as empresas captarem recursos, mas é uma alternativa arriscada. Outras são a emissão de títulos de dívida no exterior, como anunciou a Petrobras recentemente, ou empréstimos concedidos por bancos de fomento, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES).




Entre as empresas que esperam o sinal verde da CVM para sair do mercado de capitais, estão a fabricante de eletrodomésticos Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul, e a fabricante brasileira de brinquedos Estrela.

Hoje, a BM&FBovespa tem 351 companhias de capital aberto listadas. Esse número passava de 400 em 2008. Para Wolwacz, a menor quantidade de empresas na bolsa reduz as opções de investimentos e o volume investido.

Para fechar capital, as empresas precisam fazer OPAs (Ofertas Públicas de Aquisição). Elas geralmente acontecem quando negociar ações não se reverte em resultados e os papéis acumulam uma queda considerável. Assim, fica mais barato comprar as ações dos investidores e as empresas podem usar esse capital para reforçar o caixa.

DO G1 BRASIL

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