“Defensora de bandido”? Militante conta que vereadora também defendia policiais

Enquanto personalidades lamentaram a morte da vereadora Marielle Franco, que criticava a intervenção militar no estado do Rio de Janeiro, houve quem debochasse do ocorrido, relacionando sua militância ao crime, com base em uma ideia distorcida de que ela – assim como outros defensores dos Direitos Humanos – era “defensora de bandido”. Foi então que Rodrigo Mondego, advogado e colega militante de Marielle, recorreu às redes sociais para ressaltar: “A comissão que ela coordenou é o único órgão do Estado que atende diversas famílias de policiais mortos”.

“Mulher negra, cria da Maré, defensora dos Direitos Humanos, socióloga, mestre em Administração Pública e vereadora da Câmara do Rio de Janeiro”, como se descrevia em sua conta oficial no Instagram, ela fazia parte da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDH) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde atuou antes de ser eleita vereadora do Rio de Janeiro, em 2016, com 46.502 votos, a quinta mais votada na cidade. “Quando um policial morre no Rio de Janeiro, se não depender dos amigos, a família passa fome”, afirma Rodrigo em entrevista exclusiva ao portal da RedeTV!. 

De acordo com ele, esse auxílio vai além dos casos de agentes mortos. São policias que querem denunciar situações como insalubridade no ambiente de atuação, mas que não podem. “Muita coisa não pode ser divulgada porque os agentes podem sofrer punição”, explica o advogado. 

Para esclarecer isso, Rodrigo usou o seu Facebook para divulgar uma conversa que teve com Marielle em 2014 – quando a militante fazia parte da Comissão – justamente pedindo orientação de como encaminhar o caso da família de um policial que foi morto por assaltantes à CDH da Alerj.

“Diversos vermes fascistas estão comemorando e/ou debochando da morte da companheira Marielle Franco. Assim como falam de todos nós militantes dos Direitos Humanos, estão falando que ela mereceu morrer porque ela era ‘defensora de bandido'”, começa Rodrigo na legenda da imagem. Rodrigo segue contando que a socióloga não apenas atendeu ao seu pedido, como também passou o seu telefone pessoal para que a família do agente pudesse contatá-la o quanto antes. 

Para Rodrigo, Marielle foi a maior figura militante dos Direitos Humanos do estado do Rio de Janeiro. “A morte de Marielle não é algo trivial, não é apenas uma morte nessa violência urbana caótica, ela lutava para romper o ciclo da violência e se o que ela defendesse fosse implantado de fato estaríamos melhor no que tange à segurança publica”, desabafa o advogado.

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