Depósitos de Queiroz a Michelle eram assunto de live de Bolsonaro; tema foi cortado

O presidente Jair Bolsonaro pretendia usar a live dessa 5ª feira (27.ago.2020) para explicar os depósitos feitos por Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A explicação, no entanto, não veio.

Imagem feita a partir do vídeo da transmissão ao vivo mostra o guia usado por Bolsonaro. O tópico 7 é: “Botar 1 ponto final na questão envolvendo Queiroz e a primeira-dama“. O item aparece riscado.

A pergunta “presidente, por que a sua esposa recebeu R$ 89.000 do Fabricio Queiroz?” foi feita por 1 jornalista do jornal O Globo no domingo (23.ago.2020). Irritado, Bolsonaro respondeu: “Vontade de encher sua boca de porrada”.

Desde então, a pergunta do repórter tem sido repetida nas redes sociais. O Twitter registrou 924 mil menções ao perfil do presidente na plataforma –número recorde para a conta em 2020.

Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), depositou R$ 72.000 na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, ao longo de 4 anos. É o que mostra a quebra do sigilo bancário de Queiroz, de acordo com reportagem da Revista Crusoé.

Apuração do Jornal Nacional indica que Michelle Bolsonaro também recebeu dinheiro de Márcia Aguiar, mulher de Queiroz. Foram 5 cheques de R$ 3.000 e 1 cheque de R$ 2.000, totalizando R$ 17.000.

Somando os valores de Márcia e Queiroz, Michele Bolsonaro recebeu R$ 89.000. Saiba mais sobre o caso aqui.

RELAÇÃO COM A IMPRENSA

Na 4ª feira (26.ago), Bolsonaro voltou a atacar profissionais da imprensa. Durante viagem a Ipatinga (MG), onde ele participou de cerimônia para reativação alto-forno da Usiminas, o presidente chamou 1 repórter de O Globo de “otário”.

Essas não foram as primeiras vezes que Bolsonaro tratou repórteres de maneira agressiva. Em maio, mandou uma jornalista calar a boca. Na ocasião, havia ouvido uma pergunta sobre acusação de Sergio Moro. Ao deixar o Ministério da Justiça, o ex-ministro afirmou que o presidente da República queria interferir na Polícia Federal.

Também em maio, bolsonaristas reviraram o lixo em frente ao local onde repórteres ficam na portaria do Palácio da Alvorada para expor os profissionais.

No fim do mesmo mês, algumas das principais empresas de comunicação do país anunciaram que deixariam de enviar repórteres para a porta da residência oficial da Presidência da República. Afirmaram, à época, falta de segurança para os trabalhadores.

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