Dólar está 38% acima do ideal e descolamento é o maior desde 1999, diz pesquisa

Foto: Giorgio Trovato/Unsplash 

Com um valor médio de R$ 5,40, considerado o desempenho no segundo trimestre de 2020, o dólar está 38% acima do que seria o seu valor “ideal” em relação ao real – uma cotação de R$ 3,90, de acordo com cálculos feito pelo economista Livio Ribeiro, pesquisador sênior da área de Economia Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV). Na sexta-feira (23), a moeda fechou valendo R$ 5,62.

O desvio entre a taxa de câmbio de equilíbrio e a taxa que de fato acontece mostra que o real está extremamente subvalorizado, isto é, está valendo bem menos em relação às outras moedas do que o que seria o seu preço justo.

Trata-se do maior descolamento cambial de que se tem notícia no Brasil desde o início do regime de câmbio flexível, em janeiro de 1999. A alta excessiva ultrapassa, inclusive, o último grande episódio de disparada do dólar por que o Brasil passou: a primeira eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2002.

O medo de um governo do candidato de esquerda fez o dólar sair de R$ 2 para bater os R$ 4 pela primeira vez em poucos meses. No último trimestre de 2002, quando a moeda atingiu o pico, o descolamento entre a taxa de câmbio ideal e a real chegou a 33%, de acordo com Ribeiro. São cinco pontos menos do que os 38% do desvio atual. À época, a taxa média ficou em R$ 3,54, para uma cotação que, em equilíbrio, deveria ser de R$ 2,67. Veja mais em CNN BRASIL

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