Dono de orçamento recorde quando secretário de Segurança, Beltrame culpa a falta de verbas pelo aumento da violência

Após uma década à frente da Secretaria de Segurança Pública do Rio, período no qual a pasta teve orçamento recorde, José Mariano Beltrame comentou a crise enfrentada na área pelo Estado. Em entrevista ao jornal “Valor Econômico”, publicada ontem, ele afirmou que a falta de verbas teria colaborado para o cenário de violência, que culminou nos confrontos recentes na Favela da Rocinha.

— Não se faz segurança pública sem dinheiro — observou o ex-secretário, substituído em outubro do ano passado por Roberto Sá.

De 2007, primeiro ano de Beltrame na Seseg, até 2015, os orçamentos da PM, da Polícia Civil e da própria secretaria, somados, aumentaram 215,6%. Ao todo, foram desembolsados quase R$ 35 bilhões nessas áreas ao longo de nove anos e meio, até junho do ano passado. O valor é maior do que o destinado no mesmo período à Secretaria estadual de Educação (R$ 32 bilhões) e ao Fundo Estadual de Saúde (R$ 30 bilhões), como o EXTRA revelou em julho de 2016.

Sucessor de Beltrame, Roberto Sá também comentou a situação financeira do estado ontem. Ao tratar da fuga de criminosos da Rocinha por rotas que passavam por bairros como Horto, Alto da Boa Vista e Tijuca, o secretário minimizou o episódio:

— A prova de que estamos atentos, mesmo com recursos limitados, é que com 43 milhões de metros quadrados eles conseguiram, um ou outro, uma fuga pela mata, mas a PM, atenta, efetuou as prisões na Tijuca.

EXTRA

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